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Gênesis 15

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1 Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo.

2 Então disse Abrão: Ó Senhor Deus, que me darás, visto que morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno Eliézer?

3 Disse mais Abrão: A mim não me tens dado filhos; eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.

4 Ao que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que sair das tuas entranhas, esse será o teu herdeiro.

5 Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.

6 E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça.

7 Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para te dar esta terra em herança.

8 Ao que lhe perguntou Abrão: Ó Senhor Deus, como saberei que hei de herdá-la?

9 Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.

10 Ele, pois, lhe trouxe todos estes animais, partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.

11 E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.

12 Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas.

13 Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos;

14 sabe também que eu julgarei a nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens.

15 Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado.

16 Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.

17 Quando o sol já estava posto, e era escuro, eis um fogo fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre aquelas metades.

18 Naquele mesmo dia fez o Senhor um pacto com Abrão, dizendo: Â tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates;

19 e o queneu, o quenizeu, o cadmoneu,

20 o heteu, o perizeu, os refains,

21 o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu.

   

From Swedenborg's Works

 

Arcanos Celestes #1798

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1798. Que ‘disse Abrão: Eis que não me destes semente’ signifique que não havia o interno da igreja, é o que consta da significação da ‘semente’, que é o amor e a fé de que se tratou antes (n. 255, 256, 1025), e da significação de ‘herdeiro’, como se verá na continuação. Que o amor e fé que procede dele seja o interno da igreja é o que já se disse e se explicou várias vezes. Pela fé, que é o interno da igreja, não se entende outra coisa senão aquilo que pertence ao amor ou à caridade, isto é, o que provém do amor ou da caridade.

[2] A fé, em um sentido geral, é tudo que diz respeito ao doutrinal da igreja; mas o doutrinal separado do amor ou da caridade não faz de modo algum o interno da igreja; por isso que o doutrinal é meramente um conhecimento que pertence à memória, e que pode também estar com os mais perversos e até com os infernais; mas o doutrinal que provém da caridade, ou que pertence à caridade, é o que faz o interno, porque é o que pertence à vida. A vida mesma é o interno de todo culto; por conseguinte, todo doutrinal que emana da vida da caridade é o interno do culto; esse doutrinal é o que pertence à fé que se entende aqui. Que seja essa fé que é o interno da igreja, é o que se pode ver por este fato: que todo aquele que tem a vida da caridade conhece tudo que pertence à fé.

[3] Caso se queira examinar apenas os doutrinais (o que eles são e quais são), não pertencem todos à caridade, assim, à fé que provém da caridade? Tome-se, somente como exemplo, os Preceitos do Decálogo. O Primeiro: ‘Adorarás ao Senhor Deus’. Quem tem a vida do amor, ou da caridade, adora o Senhor Deus porque é isto a sua vida. O Segundo: ‘Observarás o Sábado’. Quem está na vida do amor, ou da caridade, observa santamente o sábado, porque para ele nada é mais agradável do que adorar o Senhor e glorificá-Lo todo dia. ‘Não matarás’. Este Preceito pertence inteiramente à caridade, pois quem ama ao próximo como a si próprio tem horror de fazer qualquer coisa que o ofenda, e com mais forte razão, tem horror de matá-lo. ‘Não furtarás’. O mesmo se dá com este Preceito por isso: que aquele que tem a vida da caridade dá o que é dele ao seu próximo em vez de lhe tirar a menor coisa. ‘Não comentarás adultério’. Ainda se dá o mesmo com este Preceito; com efeito, aquele que está na vida da caridade, antes defende a esposa de seu próximo a fim de que ela não experimente dano algum desse gênero; e ele considera o adultério como um crime contra a consciência e tal que ele destrói o amor conjugal e os seus deveres. ‘Cobiçar o que pertence ao próximo’ repugna igualmente aos que estão na vida da caridade, pois o próprio da caridade é querer que de si e do seu suceda bem aos outros, por conseguinte, eles não cobiçam de modo algum o que pertence a outrem.

[4] Tais são os preceitos do Decálogo que são doutrinais exteriores da fé, os quais não são simplesmente sabidos de memória por aquele que está na caridade e na vida da caridade, mas estão em seu coração, e ele os inscreveu em seu coração por se achar em caridade e, por conseguinte, na vida mesma da caridade. Há, além desses, outros preceitos que são dogmáticos; ele os conhece do mesmo modo pela caridade só, pois ele vive segundo a consciência do que é reto; o que é reto e verdadeiro e que ele não pode compreender nem examinar assim, ele o crê com simplicidade ou de um coração simples porque o Senhor o disse; e quem crê deste modo não faz o mal, ainda que o que ele crê fosse não o vero em si, mas um vero aparente.

[5] Um exemplo é que se crê que o Senhor se ira, pune, tenta e faz outras coisas semelhantes; então também que na Santa Ceia o pão e vinho seja um significativo, ou antes, que a carne e o sangue estão presentes de um certo modo como se explica; isso nada faz, quer seja adotado um ou outro, ainda que haja poucos que nisso pensem; e se há quem nisso pense, contanto que seja com a simplicidade do coração (em razão de que assim foram instruídos), e que, contudo eles vivam na caridade; estes, quando ouvem dizer que, no sentido interno, o pão e o vinho significam o amor do Senhor para com todo o gênero humano e o que pertence a esse amor, assim como significam o amor recíproco do homem ao Senhor e para com o próximo, eles o creem logo e se enchem de alegria pelo fato de ser assim. Não se dá o mesmo com os que estão nos doutrinais e não na caridade, estes disputam a respeito de tudo e condenam todos que não dizem como eles a respeito daquilo que eles chamam crer. Pelo que precede, cada um pode ver que o amor ao Senhor e a caridade para com o próximo são o interno da igreja.

  
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Sociedade Religiosa "A Nova Jerusalém