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Divina Providência # 0

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg

Sabedoria Angélica sobre a Divina Providência

Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764 por Emanuel Swedenborg

Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia

Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre

Revisão: Jorge de Lima Medeiros

Direitos desta edição reservados a:

Edições das Doutrinas Celestes para a Nova Jerusalém

Brasil, 2010

Sumário

Capítulo 1

A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor (§ 1)

§ 3. (i.) O universo, com todas e cada uma de suas coisas, foi criado pelo Divino Amor por meio da Divina Sabedoria.

§ 4. (ii.) O Divino Amor e a Divina Sabedoria procedem do Senhor como um só.

§ 5. (iii.) Essa unidade está numa espécie de imagem em tudo o que foi criado.

§ 7. (iv.) É da Divina Providência que tudo o que foi criado seja tal unidade, no geral e no particular, e, se não for, que assim se torne.

§ 10. (v.) O bem do amor não é bem além da medida em que estiver unido ao vero da sabedoria, e o vero da sabedoria não é vero além da medida em que estiver unido ao bem do amor.

§ 14. (vi.) O bem do amor não unido ao vero da sabedoria não é o bem em si, mas um bem aparente, e o vero da sabedoria não unido ao bem do amor não é o vero em si, mas um vero aparente.

§ 16. (vii.) O Senhor não consente que algo seja dividido; por isso, deve-se estar ou no bem e ao mesmo tempo no vero, ou no mal e ao mesmo tempo no falso.

§ 19. (viii.) Aquilo que está no bem e ao mesmo tempo no vero é alguma coisa; e aquilo que está no mal e ao mesmo tempo no falso não é coisa alguma.

§ 21. (ix.) A Divina Providência do Senhor faz com que o mal e o falso juntamente sirvam para o equilíbrio, a relação, a purificação e, assim, a conjunção do bem e do vero nos outros.

Capítulo 2

A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano (§ 27)

§ 28. (i.) O céu é a conjunção com o Senhor.

§ 32. (ii.) Pela criação, o homem é tal que pode ser conjunto cada vez mais de perto ao Senhor.

§ 34. (iii.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais sábio se torna.

§ 37. (iv.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais feliz se torna.

§ 42. (v.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais distintamente lhe parece que se pertence, e mais claramente nota que pertence ao Senhor.

Capítulo 3

A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz (§ 46)

§ 48. (i.) Que o Infinito e Eterno em si seja o mesmo que o Divino.

§ 52. (ii.) O Infinito e Eterno em si não pode deixar de visar o infinito [e o eterno] por si nos finitos.

§ 55. (iii.) A Divina Providência, em tudo que faz, visa o infinito e o eterno por si, principalmente salvar o gênero humano.

§ 60. (iv.) A imagem do Infinito e do Eterno existe no céu angélico proveniente do gênero humano salvo.

§ 64. (v.) O íntimo da Divina Providência é visar o infinito e o eterno na formação do céu angélico, que é, diante de Deus, como um único homem que é a Sua Imagem.

Capítulo 4

Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem (§ 70)

1ª . É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão. (§ 71)

§ 73. (i.) O homem tem a razão e o livre, ou a racionalidade e a liberdade, e essas duas faculdades são do Senhor no homem.

§ 74. (ii.) Tudo o que o homem faz pelo livre, seja ou não da razão, contanto que seja segundo a sua razão, lhe parece como seu.

§ 78. (iii.) Tudo o que o homem faz pelo livre segundo seu pensamento é-lhe apropriado como seu, e permanece.

§ 82. (iv.) O homem é reformado e regenerado por meio dessas duas faculdades, e sem elas não pode ser reformado e regenerado.

§ 87. (v.) Por meio dessas duas faculdades o homem pode ser reformado e regenerado tanto quanto puder por elas ser conduzido a reconhecer que todo bem e vero que pensa e faz é procedente do Senhor e não de si mesmo.

§ 92. (vi.) A conjunção do Senhor com o homem e a conjunção recíproca, do homem com o Senhor, se fazem por essas duas faculdades.

§ 96. (vii.) O Senhor, em toda progressão de Sua Divina Providência, preserva intactas e como santas essas duas faculdades no homem.

§ 97. (viii.) Por isso, é da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão.

2ª. É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo; e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo. (§ 100)

§ 103. (i.) Cada homem tem um externo e um interno do pensamento.

§ 106. (ii.) O externo do pensamento do homem é em si tal qual é o seu interno.

§ 111. (iii.) O interno não pode ser purificado das concupiscências do mal enquanto os males no homem externo não forem afastados, porque esses obstruem.

§ 114. (iv.) Os males no homem externo não podem ser afastados pelo Senhor a não ser por intermédio do homem.

§ 118. (v.) Por isso o homem deve remover como por si mesmo os males do homem externo.

§ 119. (vi.) O Senhor então purifica o homem das concupiscências do mal no homem interno e dos males mesmos no externo.

§ 123. (vii.) O contínuo da Divina Providência do Senhor consiste em conjuntar o homem a Si e Ele ao homem, para que possa lhe dar as felicidades da vida eterna, e isso não pode ser feito a não ser na medida que forem afastados os males com suas concupiscências.

3ª. É uma Lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso. (§ 129)

§ 130. (i.) Ninguém é reformado por meio de milagres e sinais, porque eles constrangem.

§ 134. (ii.) Ninguém é reformado por meio de visões e por conversas com os com os mortos, porque elas constrangem.

§ 136. (iii.) Ninguém é reformado por meio de ameaças e castigos, porque eles constrangem.

§ 138. (iv.) Ninguém é reformado em estados de não racionalidade e de não liberdade.

§ 145. (v.) Não é contra a racionalidade e a liberdade constranger-se a si mesmo.

§ 150. (vi.) O homem externo deve ser reformado por meio do interno e não o contrário.

4ª. É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo. (§ 154)

§ 155. (i.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor.

§ 162. (ii.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor por meio do céu angélico e a partir desse céu.

§ 165. (iii.) O homem é conduzido pelo influxo e ensinado pela iluminação.

§ 171. (iv.) O homem é ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, assim, imediatamente pelo Senhor, somente.

§ 174. (v.) O homem é conduzido e ensinado pelo Senhor, nos externos, em toda aparência de como por si mesmo.

5ª. É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça. (§ 175)

§ 176. (i.) Se o homem percebesse e sentisse a operação da Divina Providência não agiria pelo livre segundo a razão nem coisa lhe pareceria como vinda de si. Seria do mesmo modo se ele previsse os eventos.

§ 180. (ii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, interferiria na ordem e no curso de sua progressão, e os perverteria e destruiria.

§ 182. (iii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, ou negaria a Deus ou far-se-ia um deus.

§ 187. (iv.) É concedido ao homem ver a Divina Providência por trás e não pela face; também, num estado espiritual e não num estado natural.

Capítulo 5

A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal (§ 191)

§ 193. (i.) Todos os pensamentos do homem são provenientes das afeições do amor de sua vida e sem nelas não há nem pode haver pensamentos.

§ 197. (ii.) As afeições do amor da vida do homem são conhecidas pelo Senhor, somente.

§ 200. (iii.) As afeições do amor da vida do homem são conduzidas pelo Senhor por meio de Sua Divina Providência e, ao mesmo tempo, também os pensamentos de que vem a prudência humana.

§ 201. (iv.) O Senhor, por Sua Divina Providência, compõe as afeições [de todo o gênero humano] em uma forma, que é a forma humana.

§ 204. (v.) O céu e o inferno estão nessa forma.

§ 205. (vi.) Os que reconheceram somente a natureza e somente a prudência humana constituem o inferno; e os que reconheceram Deus e Sua Divina Providência constituem o céu.

§ 210. (vii.) Todas essas coisas não podem ter lugar a menos que pareça ao homem que é por si mesmo que ele pensa e dispõe.

Capítulo 6

A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas (§ 214)

§ 215. (i.) As coisas temporais se referem às dignidades e às riquezas, assim, às honras e ao ganho no mundo.

§ 216. (ii.) As eternas se referem à honras e riquezas espirituais, que são do amor e da sabedoria no céu.

§ 218. (iii.) As temporais e as eternas são separadas pelo homens, mas conjuntas pelo Senhor.

§ 220. (iv.) A conjunção das temporais e das eternas é da Divina Providência do Senhor.

Capítulo 7

O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida (§ 221)

§ 222. (i.) O homem pode ser introduzido na sabedoria das coisas espirituais e também no amor por elas e, todavia, não ser reformado.

§ 226. (ii.) Se o homem em seguida se afasta deles e vai em sentido contrário profana as coisas santas.

§ 229. (iii.) Há muitos gêneros de profanação, mas esse gênero é o pior de todos.

§ 232. (iv.) Por isso, o Senhor não introduz o homem interiormente nos veros da sabedoria e, ao mesmo tempo, nos bens do amor senão tanto quanto o homem pode neles ser mantido até o fim da vida.

Capítulo 8

As leis da permissão são também leis da Divina Providência

234)

...Algumas coisas que são da permissão e, todavia, segundo as leis da Divina Providência, pelas quais o homem meramente natural se confirma em favor da natureza e contra Deus, e em favor da prudência humana e contra a Divina Providência. Por exemplo, quando lê na Palavra:

§ 241. (i.) Que o mais sábio dos homens, Adão, e a sua esposa se deixaram seduzir pela serpente, e que Deus não evitou isso por Sua Divina Providência.

§ 242. (ii.) Que o primeiro filho deles, Caim, matou seu irmão, Abel, e que Deus não o dissuadiu, falando com ele, mas somente depois do fato o amaldiçoou.

§ 243. (iii.) Que a nação israelita no deserto adorou um bezerro de ouro e o reconheceu como o deus que os tirara da terra do Egito, enquanto Jehovah viu isso de perto, do Monte Sinai, e não o impediu.

§ 244. (iv.) Depois, que David enumerou o povo e, por causa disso, foi enviada uma peste de que tantos milhares de homens pereceram, e Deus, não antes, mas depois do fato, enviou a ele o profeta Gade e este anunciou a pena.

§ 245. (v.) Que tenha sido permitido a Salomão instaurar um culto idolátrico.

§ 246. (vi.) [Que tenha sido permitido] a muitos reis depois de Salomão profanarem o templo e as coisas santas da igreja.

§ 247. (vi.) E, finalmente, que àquela mesma nação fosse permitido crucificar o Senhor.

§ 249. (i.) Todo adorador de si mesmo e adorador da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê no mundo tantos ímpios e as tantas impiedades deles, e ao mesmo tempo as glórias que alguns deles daí têm, sem que Deus lhes inflija punição alguma por causa disso. E ainda mais se confirma contra a Divina Providência quando vê que são bem sucedidas as maquinações, as astúcias e os dolos, até contra os piedosos, justos e sinceros, e que a injustiça triunfa sobre a justiça nos julgamentos e nos negócios.

§ 250. (ii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê ímpios serem elevados às honrarias e se tornarem grandes e primazes, e também abundarem em riquezas e viverem no luxo e na magnificência, enquanto os adoradores de Deus vivem no desprezo e na pobreza.

§ 251. (iii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa que as guerras são permitidas e que então tantos homens são mortos e suas riquezas arruinadas.

§ 252. (iv.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa, segundo sua percepção, que as vitórias estão do lado da prudência e nem sempre do lado da justiça, e que pouco importa se o comandante é probo ou sem probidade.

§ 254. (i.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê as religiões das diversas nações e considera que existem os que desconhecem Deus completamente e existem os que adoram o sol e a lua, bem como ídolos e imagens de escultura.

§ 255. (ii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião maometana foi aceita por tantos impérios e reinos.

§ 256. (iii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião cristã está somente numa pequena parte do mundo habitável, que se chama Europa, e que aí está dividida.

§ 257. (iv.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que em muitos reinos, onde a religião cristã foi aceita, há os que se arrogam poder Divino e querem ser adorados como deuses, e pelo fato de se invocarem homem mortos.

§ 258. (v.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que, entre os que professam a religião cristã, há os que põem a salvação em algumas palavras que pensam e pronunciam, e não em algum bem que fazem.

§ 259. (vi.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de terem existido e ainda existirem no mundo cristão tantas heresias, como a dos quakers, dos moravianos, dos anabatistas e muitas outras.

§ 260. (vii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de o judaísmo ainda persistir.

§ 262. (i.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que todo o mundo cristão adora ao Deus uno sob três Pessoas, isto é, três Deuses, e por ter-se ignorado até aqui que Deus é Um em Essência e Pessoa, na qual está a Trindade, e que esse Deus é o Senhor.

§ 264. (ii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que em cada uma das coisas da Palavra existe um sentido espiritual e que a santidade da Palavra venha daí.

§ 265. (iii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que fugir dos males como pecados seja a religião cristã mesma.

§ 274. (iv.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até o presente se ignorou que o homem vive homem após a morte, e por não ter isso sido revelado antes.

Capítulo 9

Os males são permitidos para um fim, que é a salvação (§ 275)

§ 277. (i.) Que todo homem esteja no mal, e que deva ser tirado do mal para que seja reformado.

§ 278. (ii.) Os males não podem ser afastados a menos que apareçam.

§ 279. (iii.) Quanto mais os males são afastados, mais são remidos.

§ 281. (iv.) Assim, que a permissão do mal seja para um fim, que haja salvação.

Capítulo 10

A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

285)

§ 287. (i.) A Divina Providência é universal nas coisas mais singulares, não somente nos bons, mas também nos maus, sem, todavia, estar em seus males.

§ 295. (ii.) Os maus continuamente se lançam nos males, mas o Senhor continuamente os tira dos males.

§ 297. (iii.) Os maus não podem ser tirados inteiramente dos males pelo Senhor e conduzidos ao bem enquanto acreditarem que a própria inteligência é tudo e que a Divina Providência nada é.

§ 299. (iv.) O Senhor governa os infernos pelos opostos, e os maus que estão no mundo Ele governa no inferno quanto aos interiores, mas não quanto aos exteriores.

Capítulo 11

A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro (§ 308)

§ 310. (i.) O que é a própria prudência e o que é a prudência não própria.

§ 312. (ii.) O homem, pela própria prudência, se persuade e se confirma de que todo bem e vero procede de si e está em si, do mesmo modo que todo mal e falso.

§ 317. (iii.) Tudo o que é persuadido e confirmado permanece como o proprium no homem.

§ 320. (iv.) Se o homem cresse, como é a verdade, que todo bem e vero procede do Senhor, e todo mal e falso procede do inferno, não apropriaria a si o bem, fazendo-o meritório, nem apropriaria a si o mal, fazendo-se culpado do mal.

Capítulo 12

Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

322)

§ 323. (i.) O propósito da criação é um céu proveniente do gênero humano.

§ 325. (ii.) Assim, é da Divina providência que cada homem possa ser salvo, e são salvos aqueles que reconhecem Deus e vivem no bem.

§ 327. (iii.) É culpa do homem mesmo, se não é salvo.

§ 329. (iv.) Assim, todos foram predestinados para o céu e ninguém para o inferno.

Capítulo 13

O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo (§ 331-340)

§ 332. (i.) A operação da Divina Providência para salvar o homem começa em seu nascimento, continua até o fim de sua vida e, depois, na eternidade.

§ 335. (ii.) A operação da Divina Providência se faz continuamente por meios da pura misericórdia.

§ 338. (iii.) Não existe salvação instantânea por misericórdia imediata.

§ 340. (iv.) A salvação instantânea por misericórdia imediata é uma serpente de fogo voando na igreja.

Suplemento

§ 340. Adendo a respeito dos prazeres de alguns espíritos infernais.

Índice

I - A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor

II - A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano

III - A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz

IV - Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem

Pippa4, 1 - É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão

4, 2 - É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo, e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo

4, 3 - É uma lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso

4, 4 - É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo

4, 5 - É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça

V - A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal.

VI - A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas

VII - O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida

VIII - As leis da permissão são também leis da Divina Providência

IX - Os males são permitidos para um fim, que é a salvação

X - A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

XI - A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro.

XII - Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

XIII - O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência # 14

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14. (vi.) O bem do amor não unido ao vero da sabedoria não é o bem em si, mas um bem aparente; e o vero da sabedoria não unido ao bem do amor não é o vero em si, mas um vero aparente. A verdade é que não existe bem algum que seja bem em si se não for unido ao seu vero, nem vero algum que seja o vero em si se não for unido ao seu bem. Entretanto, existe o bem separado do vero e o vero separado do bem. Este existe nos hipócritas e bajuladores, nos maus, quaisquer que sejam, e naqueles que estão no bem natural e em nenhum bem espiritual. Esses e aqueles podem fazer o bem à igreja, à pátria, à sociedade, aos concidadãos aos indigentes, aos pobres, às viúvas e aos órfãos e também podem entender os veros, pensar neles pelo entendimento e, por esse pensamento, pronunciá-los e fazê-los. Contudo, esses bens e veros não são interiormente – por conseguinte, não em si mesmos – bens e veros neles, mas bens e veros exteriores, portanto somente uma aparência. De fato, são somente por causa de si e do mundo e não por causa do bem mesmo e do vero mesmo; consequentemente, não procedem do bem e do vero. Por isso, são somente da boca e do corpo, e não do coração.

[2] Podem ser comparados ao ouro e à prata cobertos de escória, ou à madeira podre, ou ao excremento. E os veros pronunciados podem ser comparados ao sopro da respiração que se dissipa, ou ao fogo fátuo que desvanece e que de fora parece verdadeiro. Mas aparecem assim neles, enquanto podem parecer de outro modo para os ouvintes e recipientes, que o ignoram, pois o externo afeta a cada um segundo o seu interno. Com efeito, o vero no ouvido de outrem, o que quer que seja que a boca enuncie, é recebido na mente segundo o estado e a qualidade desta. Dá-se de modo quase semelhante naqueles que estão no bem natural pela hereditariedade e em nenhum bem espiritual, pois o interno de todo bem e de todo vero é espiritual e este dissipa os falsos e os males, enquanto o natural, só, os favorece; e favorecer os males e falsos não concorda com fazer o bem.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência # 220

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220. (iv.) A conjunção das temporais e das eternas é da Divina Providência do Senhor. Mas como essas coisas não podem entrar na primeira percepção do entendimento se antes não forem trazidas em ordem e, segundo essa ordem, não forem desenvolvidas e demonstradas, por isso a sua ordem aqui será: Primeiro: É da Divina Providência do Senhor que o homem, após a morte, dispa-se das coisas naturais e temporais e se revista das espirituais e eternas. Segundo: O Senhor, por Sua Divina Providência, conjunta-Se às naturais pelas espirituais, e às temporais pelas eternas, segundo os usos. Terceiro: O Senhor conjunta-Se aos usos pelas correspondências e, assim, pelas aparências, segundo as confirmações delas pelo homem. Quarto: Essa conjunção das temporais com as eternas é a Divina Providência. Mas essas coisas serão postas numa luz mais clara por meio de explicações.

[2] Primeiro: É da Divina Providência que o homem, após a morte, dispa-se das coisas naturais e temporais e se revista das espirituais e eternas. As naturais e temporais são as extremas e últimas, nas quais o homem entra primeiro quando nasce, a fim de que daí possa ser introduzido nos interiores e superiores. De fato, os extremos e últimos são os continentes, e estes estão no mundo natural. Assim é que nenhum anjo ou espírito tenha sido criado imediatamente, mas todos eles nasceram antes como homens e, assim, foram introduzidos. Ele têm, portanto, extremos e últimos que são em si mesmos fixos e estabelecidos, dentro dos quais e pelos quais os interiores podem ser mantidos em conexão.

[3] Mas o homem primeiro se veste das coisas mais grosseiras da natureza; seu corpo vem delas, mas ele as despe pela morte e retém as coisas mais puras da naturezas, que são próximas das espirituais, e estas são, então, os seus continentes. Além disso, nos extremos ou últimos se acham todas as coisas interiores ou superiores simultaneamente, como se mostrou acima, em seu artigo próprio. Por isso, toda operação do Senhor é dos primeiros aos últimos, por conseguinte, no que é pleno. Mas como os extremos e últimos da natureza não podem receber as espirituais e eternas como elas são em si e para as quais a mente humana foi formada, e todavia o homem nasceu para se tornar espiritual e viver na eternidade, por isso o homem se despe delas e conserva somente as coisas naturais interiores que convêm às espirituais e celestes, com as quais concordam e lhes servem de continentes. Isto se faz pela rejeição dos últimos dos temporais e naturais, que é a morte do corpo.

[4] Segundo: O Senhor, por Sua Divina Providência, conjunta-Se às naturais pelas espirituais, e às temporais pelas eternas, segundo os usos. As naturais e temporais não são somente as que são próprias da natureza, mas também as que são próprias dos homens no mundo natural. Destas e daquelas o homem se despe pela morte, e se reveste das espirituais e eternas em correspondência com elas. Que se revista delas segundo os usos, mostrou-se muitas vezes no que precedeu. As naturais que são próprias da natureza se referem em geral aos tempos e aos espaços em particular às coisas que se veem sobre a terra; essas o homem deixa após a morte e toma em seu lugar as espirituais, que são semelhantes quanto à face externa ou a aparência, mas não quanto à face interna ou a essência mesma. Deste assunto também se tratou acima.

[5] As temporais, que são próprias dos homens no mundo natural, se referem em geral às dignidades e às riquezas, e em particular às necessidades de cada homem, que são o alimento, a vestimenta e a habitação. Estas também são despidas e deixadas pela morte, e são tomadas e assumidas as que são semelhantes quando à face externa ou a aparência, mas não quanto à face interna e quanto à essência. Todas estas têm sua face interna e essência pelos usos temporais no mundo. Os usos são os bens que se chamam bens da caridade. Por aí se pode ver que o Senhor, por Sua Divina Providência, conjunta as coisas naturais e temporais às espirituais e eternas segundo os usos.

[6] Terceiro: O Senhor conjunta-Se aos usos pelas correspondências e, assim, pelas aparências, segundo as confirmações delas pelo homem. Como, porém, essas afirmações não podem deixar de ser vistas como obscuras por aqueles que ainda não apreenderam uma noção clara do que é correspondência e do que é aparência, por isso elas devem ser ilustradas por meio de exemplos e assim explicadas. Todas as coisas da Palavra são meras correspondências de coisas espirituais e celestes, e por serem correspondências, também são aparências. Ou seja, todas as coisas da Palavra são Divinos bens do Divino Amor e Divinos veros da Divina Sabedoria, que são em si mesmos nus, mas vestidos no sentido da letra da Palavra, pelo que se mostram como um homem com uma vestimenta, que corresponde ao estado de seu amor e de sua sabedoria. Por isso é evidente que, se o homem confirma as aparências, é como se confirmasse que as vestimentas são os homens, pelo que as aparências se tornam falácias. É diferente se o homem inquire as verdades e as vê nas aparências.

[7] Ora, todos os usos, ou os veros e bens da caridade, que o homem pratica em relação ao próximo, ele os pratica ou segundo as aparências ou segundo as verdades mesmas na Palavra; se os pratica segundo as aparências confirmadas em si mesmo, está nas falácias; mas se os pratica segundo as verdades, pratica-os como se deve. Por aí se pode ver o que se entende pelo fato de o Senhor Se conjuntar aos usos pelas correspondências e, assim, pelas aparências segundo as confirmações delas pelo homem.

[8] Quarto: Essa conjunção das temporais com as eternas é a Divina Providência. Para que esta afirmação seja apresentada numa certa luz diante do entendimento, deve ser ilustrada por dois exemplos: por um que diz respeito às dignidades e às honras, e por outro que diz respeito à riqueza e à opulência. Umas e outras são, na forma externa, naturais e temporais, mas na forma interna são espirituais e eternas. As dignidades com suas honras são naturais e temporais quando nelas o homem visa a si mesmo quanto à pessoa e não visa nelas o bem público e os usos, pois então o homem não pode deixar de pensar interiormente em si que o bem público é por causa de si e não ele por causa do bem público. É como um rei que pensa que o reino e todos os homens ali existem por causa dele mesmo, e não ele por causa do reino e dos seus homens.

[9] Mas as mesmas dignidades com as suas honras são espirituais e celestes quando o homem visa a si mesmo quanto à pessoa por causa do bem público e dos usos, e não estes por causa de si. Se faz isso, então o homem está na verdade e na essência de sua dignidade e de sua honra; mas se faz aquilo, então está na correspondência e na aparência, nas quais se confirma, e está nas falácias e não em conjunção com o Senhor senão como os que se acham nos falsos e, daí, nos males, pois as falácias são falsos com os quais os males se conjuntam. Esses até prestam usos e fazem bens, mas por si mesmos e não pelo Senhor. Assim, puseram a si mesmos no lugar do Senhor.

[10] É semelhante em relação às riquezas e à opulência, que são naturais e temporais e também espirituais e eternas. As riquezas e a opulência são naturais e temporais naqueles que visam unicamente a elas e a si mesmos, e nesses dois objetivos têm seu desejo e seu prazer. Mas as mesmas riquezas e a opulência são espirituais e eternas naqueles que visam nelas os bons usos, e nisso consiste interiormente seu contentamento e seu prazer. Nestes, também o contentamento e o prazer externos se tornam espirituais e o temporal se torna eterno. Por isso, também, após a morte esses estão no céu e, ali, em palácios, nos quais as formas dos utensílios resplandecem pelo ouro e pelas pedras preciosas. Todavia, não visam essas formas senão quanto ao resplendor e a transparência vinda dos internos, que são os usos, pelos quais têm contentamento e prazer que, em si, são a beatitude e a felicidade do céu. É contrária a sorte daqueles que visaram as riquezas e a opulência por causa delas somente e por causa de si, assim, por causa dos externos e não ao mesmo tempo dos internos; por conseguinte, segundo as aparências e não segundo as suas essências. Esses, quando delas se despem, o que acontece quando morrem, revestem-se de seus internos que, por não serem espirituais, não podem deixar de ser infernais, pois se está ou em um ou no outro; um e outro não podem estar aí ao mesmo tempo, donde em lugar das riquezas têm pobreza e em lugar da opulência, miséria.

[11] Pelos usos se entendem não só as coisas necessárias da vida, que se referem ao alimento, ao vestuário e à habitação por causa de si e dos seus, mas se entendem também o bem da pátria, o bem da sociedade e o bem dos concidadãos Esse bem é o comércio, quando ele é o amor final e o dinheiro é o amor servindo aos meios, se somente o comerciante foge das fraudes e das más artes como pecados e os tenha em aversão. É diferente quando o dinheiro é o amor final e o comércio o amor servindo aos meios, pois isto é a avareza, que é a raiz dos males. (Sobre isso, vide Lucas 12:15 e a parábola a esse respeito, vers. 16-21).

VII - O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros