1470. Que ‘eis, peço[-te], sei que tu [és] mulher bela à vista’ signifique que o vero de origem celeste seja agradável, é o que se pode ver pela significação de ‘mulher formosa à vista’. Todo o vero que é celeste, ou que é produzido pelo celeste, é uma felicidade no homem interno e um prazer no homem externo. O vero não é percebido de outro modo entre os anjos celestes; não sucede o mesmo quando ele não é de origem celeste. Há no homem interno duas felicidades a que correspondem dois prazeres no homem externo, uma pertence ao bem, e a outra, ao vero; a felicidade e o prazer celestes pertencem ao bem, a felicidade e o prazer espirituais pertencem ao vero. É também notório que o vero mesmo tem consigo a felicidade e o prazer, mas então felicidade e prazer essenciais quando ele vem do celeste; daí o vero mesmo se torna também celeste e é chamado ‘vero celeste’; e é comparativamente como a luz do Sol na estação da primavera, luz que tem em seu seio o calor pelo qual tudo na terra está em vegetação e, por assim dizer, é animado. Esse vero celeste é o próprio belo, ou a beleza mesma; é esse vero que se diz aqui ‘mulher formosa à vista’. Ver-se-á, no que segue, que outros arcanos estão guardados nessas palavras.