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Divina Providência #0

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg

Sabedoria Angélica sobre a Divina Providência

Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764 por Emanuel Swedenborg

Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia

Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre

Revisão: Jorge de Lima Medeiros

Direitos desta edição reservados a:

Edições das Doutrinas Celestes para a Nova Jerusalém

Brasil, 2010

Sumário

Capítulo 1

A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor (§ 1)

§ 3. (i.) O universo, com todas e cada uma de suas coisas, foi criado pelo Divino Amor por meio da Divina Sabedoria.

§ 4. (ii.) O Divino Amor e a Divina Sabedoria procedem do Senhor como um só.

§ 5. (iii.) Essa unidade está numa espécie de imagem em tudo o que foi criado.

§ 7. (iv.) É da Divina Providência que tudo o que foi criado seja tal unidade, no geral e no particular, e, se não for, que assim se torne.

§ 10. (v.) O bem do amor não é bem além da medida em que estiver unido ao vero da sabedoria, e o vero da sabedoria não é vero além da medida em que estiver unido ao bem do amor.

§ 14. (vi.) O bem do amor não unido ao vero da sabedoria não é o bem em si, mas um bem aparente, e o vero da sabedoria não unido ao bem do amor não é o vero em si, mas um vero aparente.

§ 16. (vii.) O Senhor não consente que algo seja dividido; por isso, deve-se estar ou no bem e ao mesmo tempo no vero, ou no mal e ao mesmo tempo no falso.

§ 19. (viii.) Aquilo que está no bem e ao mesmo tempo no vero é alguma coisa; e aquilo que está no mal e ao mesmo tempo no falso não é coisa alguma.

§ 21. (ix.) A Divina Providência do Senhor faz com que o mal e o falso juntamente sirvam para o equilíbrio, a relação, a purificação e, assim, a conjunção do bem e do vero nos outros.

Capítulo 2

A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano (§ 27)

§ 28. (i.) O céu é a conjunção com o Senhor.

§ 32. (ii.) Pela criação, o homem é tal que pode ser conjunto cada vez mais de perto ao Senhor.

§ 34. (iii.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais sábio se torna.

§ 37. (iv.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais feliz se torna.

§ 42. (v.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais distintamente lhe parece que se pertence, e mais claramente nota que pertence ao Senhor.

Capítulo 3

A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz (§ 46)

§ 48. (i.) Que o Infinito e Eterno em si seja o mesmo que o Divino.

§ 52. (ii.) O Infinito e Eterno em si não pode deixar de visar o infinito [e o eterno] por si nos finitos.

§ 55. (iii.) A Divina Providência, em tudo que faz, visa o infinito e o eterno por si, principalmente salvar o gênero humano.

§ 60. (iv.) A imagem do Infinito e do Eterno existe no céu angélico proveniente do gênero humano salvo.

§ 64. (v.) O íntimo da Divina Providência é visar o infinito e o eterno na formação do céu angélico, que é, diante de Deus, como um único homem que é a Sua Imagem.

Capítulo 4

Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem (§ 70)

1ª . É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão. (§ 71)

§ 73. (i.) O homem tem a razão e o livre, ou a racionalidade e a liberdade, e essas duas faculdades são do Senhor no homem.

§ 74. (ii.) Tudo o que o homem faz pelo livre, seja ou não da razão, contanto que seja segundo a sua razão, lhe parece como seu.

§ 78. (iii.) Tudo o que o homem faz pelo livre segundo seu pensamento é-lhe apropriado como seu, e permanece.

§ 82. (iv.) O homem é reformado e regenerado por meio dessas duas faculdades, e sem elas não pode ser reformado e regenerado.

§ 87. (v.) Por meio dessas duas faculdades o homem pode ser reformado e regenerado tanto quanto puder por elas ser conduzido a reconhecer que todo bem e vero que pensa e faz é procedente do Senhor e não de si mesmo.

§ 92. (vi.) A conjunção do Senhor com o homem e a conjunção recíproca, do homem com o Senhor, se fazem por essas duas faculdades.

§ 96. (vii.) O Senhor, em toda progressão de Sua Divina Providência, preserva intactas e como santas essas duas faculdades no homem.

§ 97. (viii.) Por isso, é da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão.

2ª. É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo; e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo. (§ 100)

§ 103. (i.) Cada homem tem um externo e um interno do pensamento.

§ 106. (ii.) O externo do pensamento do homem é em si tal qual é o seu interno.

§ 111. (iii.) O interno não pode ser purificado das concupiscências do mal enquanto os males no homem externo não forem afastados, porque esses obstruem.

§ 114. (iv.) Os males no homem externo não podem ser afastados pelo Senhor a não ser por intermédio do homem.

§ 118. (v.) Por isso o homem deve remover como por si mesmo os males do homem externo.

§ 119. (vi.) O Senhor então purifica o homem das concupiscências do mal no homem interno e dos males mesmos no externo.

§ 123. (vii.) O contínuo da Divina Providência do Senhor consiste em conjuntar o homem a Si e Ele ao homem, para que possa lhe dar as felicidades da vida eterna, e isso não pode ser feito a não ser na medida que forem afastados os males com suas concupiscências.

3ª. É uma Lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso. (§ 129)

§ 130. (i.) Ninguém é reformado por meio de milagres e sinais, porque eles constrangem.

§ 134. (ii.) Ninguém é reformado por meio de visões e por conversas com os com os mortos, porque elas constrangem.

§ 136. (iii.) Ninguém é reformado por meio de ameaças e castigos, porque eles constrangem.

§ 138. (iv.) Ninguém é reformado em estados de não racionalidade e de não liberdade.

§ 145. (v.) Não é contra a racionalidade e a liberdade constranger-se a si mesmo.

§ 150. (vi.) O homem externo deve ser reformado por meio do interno e não o contrário.

4ª. É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo. (§ 154)

§ 155. (i.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor.

§ 162. (ii.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor por meio do céu angélico e a partir desse céu.

§ 165. (iii.) O homem é conduzido pelo influxo e ensinado pela iluminação.

§ 171. (iv.) O homem é ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, assim, imediatamente pelo Senhor, somente.

§ 174. (v.) O homem é conduzido e ensinado pelo Senhor, nos externos, em toda aparência de como por si mesmo.

5ª. É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça. (§ 175)

§ 176. (i.) Se o homem percebesse e sentisse a operação da Divina Providência não agiria pelo livre segundo a razão nem coisa lhe pareceria como vinda de si. Seria do mesmo modo se ele previsse os eventos.

§ 180. (ii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, interferiria na ordem e no curso de sua progressão, e os perverteria e destruiria.

§ 182. (iii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, ou negaria a Deus ou far-se-ia um deus.

§ 187. (iv.) É concedido ao homem ver a Divina Providência por trás e não pela face; também, num estado espiritual e não num estado natural.

Capítulo 5

A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal (§ 191)

§ 193. (i.) Todos os pensamentos do homem são provenientes das afeições do amor de sua vida e sem nelas não há nem pode haver pensamentos.

§ 197. (ii.) As afeições do amor da vida do homem são conhecidas pelo Senhor, somente.

§ 200. (iii.) As afeições do amor da vida do homem são conduzidas pelo Senhor por meio de Sua Divina Providência e, ao mesmo tempo, também os pensamentos de que vem a prudência humana.

§ 201. (iv.) O Senhor, por Sua Divina Providência, compõe as afeições [de todo o gênero humano] em uma forma, que é a forma humana.

§ 204. (v.) O céu e o inferno estão nessa forma.

§ 205. (vi.) Os que reconheceram somente a natureza e somente a prudência humana constituem o inferno; e os que reconheceram Deus e Sua Divina Providência constituem o céu.

§ 210. (vii.) Todas essas coisas não podem ter lugar a menos que pareça ao homem que é por si mesmo que ele pensa e dispõe.

Capítulo 6

A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas (§ 214)

§ 215. (i.) As coisas temporais se referem às dignidades e às riquezas, assim, às honras e ao ganho no mundo.

§ 216. (ii.) As eternas se referem à honras e riquezas espirituais, que são do amor e da sabedoria no céu.

§ 218. (iii.) As temporais e as eternas são separadas pelo homens, mas conjuntas pelo Senhor.

§ 220. (iv.) A conjunção das temporais e das eternas é da Divina Providência do Senhor.

Capítulo 7

O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida (§ 221)

§ 222. (i.) O homem pode ser introduzido na sabedoria das coisas espirituais e também no amor por elas e, todavia, não ser reformado.

§ 226. (ii.) Se o homem em seguida se afasta deles e vai em sentido contrário profana as coisas santas.

§ 229. (iii.) Há muitos gêneros de profanação, mas esse gênero é o pior de todos.

§ 232. (iv.) Por isso, o Senhor não introduz o homem interiormente nos veros da sabedoria e, ao mesmo tempo, nos bens do amor senão tanto quanto o homem pode neles ser mantido até o fim da vida.

Capítulo 8

As leis da permissão são também leis da Divina Providência

234)

...Algumas coisas que são da permissão e, todavia, segundo as leis da Divina Providência, pelas quais o homem meramente natural se confirma em favor da natureza e contra Deus, e em favor da prudência humana e contra a Divina Providência. Por exemplo, quando lê na Palavra:

§ 241. (i.) Que o mais sábio dos homens, Adão, e a sua esposa se deixaram seduzir pela serpente, e que Deus não evitou isso por Sua Divina Providência.

§ 242. (ii.) Que o primeiro filho deles, Caim, matou seu irmão, Abel, e que Deus não o dissuadiu, falando com ele, mas somente depois do fato o amaldiçoou.

§ 243. (iii.) Que a nação israelita no deserto adorou um bezerro de ouro e o reconheceu como o deus que os tirara da terra do Egito, enquanto Jehovah viu isso de perto, do Monte Sinai, e não o impediu.

§ 244. (iv.) Depois, que David enumerou o povo e, por causa disso, foi enviada uma peste de que tantos milhares de homens pereceram, e Deus, não antes, mas depois do fato, enviou a ele o profeta Gade e este anunciou a pena.

§ 245. (v.) Que tenha sido permitido a Salomão instaurar um culto idolátrico.

§ 246. (vi.) [Que tenha sido permitido] a muitos reis depois de Salomão profanarem o templo e as coisas santas da igreja.

§ 247. (vi.) E, finalmente, que àquela mesma nação fosse permitido crucificar o Senhor.

§ 249. (i.) Todo adorador de si mesmo e adorador da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê no mundo tantos ímpios e as tantas impiedades deles, e ao mesmo tempo as glórias que alguns deles daí têm, sem que Deus lhes inflija punição alguma por causa disso. E ainda mais se confirma contra a Divina Providência quando vê que são bem sucedidas as maquinações, as astúcias e os dolos, até contra os piedosos, justos e sinceros, e que a injustiça triunfa sobre a justiça nos julgamentos e nos negócios.

§ 250. (ii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê ímpios serem elevados às honrarias e se tornarem grandes e primazes, e também abundarem em riquezas e viverem no luxo e na magnificência, enquanto os adoradores de Deus vivem no desprezo e na pobreza.

§ 251. (iii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa que as guerras são permitidas e que então tantos homens são mortos e suas riquezas arruinadas.

§ 252. (iv.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa, segundo sua percepção, que as vitórias estão do lado da prudência e nem sempre do lado da justiça, e que pouco importa se o comandante é probo ou sem probidade.

§ 254. (i.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê as religiões das diversas nações e considera que existem os que desconhecem Deus completamente e existem os que adoram o sol e a lua, bem como ídolos e imagens de escultura.

§ 255. (ii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião maometana foi aceita por tantos impérios e reinos.

§ 256. (iii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião cristã está somente numa pequena parte do mundo habitável, que se chama Europa, e que aí está dividida.

§ 257. (iv.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que em muitos reinos, onde a religião cristã foi aceita, há os que se arrogam poder Divino e querem ser adorados como deuses, e pelo fato de se invocarem homem mortos.

§ 258. (v.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que, entre os que professam a religião cristã, há os que põem a salvação em algumas palavras que pensam e pronunciam, e não em algum bem que fazem.

§ 259. (vi.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de terem existido e ainda existirem no mundo cristão tantas heresias, como a dos quakers, dos moravianos, dos anabatistas e muitas outras.

§ 260. (vii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de o judaísmo ainda persistir.

§ 262. (i.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que todo o mundo cristão adora ao Deus uno sob três Pessoas, isto é, três Deuses, e por ter-se ignorado até aqui que Deus é Um em Essência e Pessoa, na qual está a Trindade, e que esse Deus é o Senhor.

§ 264. (ii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que em cada uma das coisas da Palavra existe um sentido espiritual e que a santidade da Palavra venha daí.

§ 265. (iii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que fugir dos males como pecados seja a religião cristã mesma.

§ 274. (iv.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até o presente se ignorou que o homem vive homem após a morte, e por não ter isso sido revelado antes.

Capítulo 9

Os males são permitidos para um fim, que é a salvação (§ 275)

§ 277. (i.) Que todo homem esteja no mal, e que deva ser tirado do mal para que seja reformado.

§ 278. (ii.) Os males não podem ser afastados a menos que apareçam.

§ 279. (iii.) Quanto mais os males são afastados, mais são remidos.

§ 281. (iv.) Assim, que a permissão do mal seja para um fim, que haja salvação.

Capítulo 10

A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

285)

§ 287. (i.) A Divina Providência é universal nas coisas mais singulares, não somente nos bons, mas também nos maus, sem, todavia, estar em seus males.

§ 295. (ii.) Os maus continuamente se lançam nos males, mas o Senhor continuamente os tira dos males.

§ 297. (iii.) Os maus não podem ser tirados inteiramente dos males pelo Senhor e conduzidos ao bem enquanto acreditarem que a própria inteligência é tudo e que a Divina Providência nada é.

§ 299. (iv.) O Senhor governa os infernos pelos opostos, e os maus que estão no mundo Ele governa no inferno quanto aos interiores, mas não quanto aos exteriores.

Capítulo 11

A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro (§ 308)

§ 310. (i.) O que é a própria prudência e o que é a prudência não própria.

§ 312. (ii.) O homem, pela própria prudência, se persuade e se confirma de que todo bem e vero procede de si e está em si, do mesmo modo que todo mal e falso.

§ 317. (iii.) Tudo o que é persuadido e confirmado permanece como o proprium no homem.

§ 320. (iv.) Se o homem cresse, como é a verdade, que todo bem e vero procede do Senhor, e todo mal e falso procede do inferno, não apropriaria a si o bem, fazendo-o meritório, nem apropriaria a si o mal, fazendo-se culpado do mal.

Capítulo 12

Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

322)

§ 323. (i.) O propósito da criação é um céu proveniente do gênero humano.

§ 325. (ii.) Assim, é da Divina providência que cada homem possa ser salvo, e são salvos aqueles que reconhecem Deus e vivem no bem.

§ 327. (iii.) É culpa do homem mesmo, se não é salvo.

§ 329. (iv.) Assim, todos foram predestinados para o céu e ninguém para o inferno.

Capítulo 13

O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo (§ 331-340)

§ 332. (i.) A operação da Divina Providência para salvar o homem começa em seu nascimento, continua até o fim de sua vida e, depois, na eternidade.

§ 335. (ii.) A operação da Divina Providência se faz continuamente por meios da pura misericórdia.

§ 338. (iii.) Não existe salvação instantânea por misericórdia imediata.

§ 340. (iv.) A salvação instantânea por misericórdia imediata é uma serpente de fogo voando na igreja.

Suplemento

§ 340. Adendo a respeito dos prazeres de alguns espíritos infernais.

Índice

I - A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor

II - A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano

III - A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz

IV - Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem

Pippa4, 1 - É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão

4, 2 - É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo, e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo

4, 3 - É uma lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso

4, 4 - É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo

4, 5 - É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça

V - A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal.

VI - A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas

VII - O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida

VIII - As leis da permissão são também leis da Divina Providência

IX - Os males são permitidos para um fim, que é a salvação

X - A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

XI - A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro.

XII - Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

XIII - O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #247

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247. (vii.) Que àquela mesma nação tenha sido permitido crucificar o Senhor era porque a igreja com aquela nação fora inteiramente devastada, e fez-se tal que, além de não conhecerem nem reconhecerem o Senhor, também O odiaram. Entretanto, todas as coisas que Lhe fizeram foram segundo as leis de Sua Divina Providência. Que a paixão na cruz tenha sido a última tentação, ou última luta, pela qual o Senhor venceu plenamente os infernos e plenamente glorificou Seu Humano, vê-se na Doutrina da Nova Jerusalém sobre o Senhor 12-14, e na Doutrina da Nova Jerusalém sobre a Fé 34, 35.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #340

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340. (iv.) A salvação instantânea por misericórdia imediata é uma serpente de fogo voando na igreja. Pela serpente de fogo voando se entende o mal luzindo pelo fogo infernal, semelhante à 'serpente de fogo voando' em Isaías:

"Não te alegres, ó toda Filístia, porque se quebrou a vara que te fere, pois da raiz da serpente sai o basilisco, cujo fruto é uma serpente de fogo que voa" (Isaías 14:29).

Esse mal voa na igreja quando se crê na salvação instantânea por misericórdia imediata, pois, por essa crença, (1.) a religião é abolida;

(2.) a segurança é incutida; e

(3.) a danação é imputada ao Senhor.

[2] No que concerne ao primeiro ponto, que por essa crença a religião é abolida. Há dois essenciais e, ao mesmo tempo, dois universais da religião: o reconhecimento de Deus e a penitência. Esses dois são coisas vãs para aqueles que creem serem salvos só pela misericórdia, qualquer que seja a maneira que vivem, pois o que mais é necessário senão dizer: "Tem misericórdia de mim, ó Deus"? Acham-se estes na escuridão quanto a todas as demais coisas que são da religião, e até amam a escuridão. Sobre o primeiro essencial da igreja, que é o reconhecimento de Deus, não pensam outra coisa senão: "O que é Deus? Quem O viu?" Se se diz que Ele existe e que é Um, dizem que é Um; se se diz que são três, dizem também que são três, mas que os três devem ser chamados Um. Este é o reconhecimento de Deus neles.

[3] Do segundo essencial da igreja, que é a penitência, nada pensam. Consequentemente, tampouco pensam sobre algum pecado e, finalmente, não sabem se existe algum pecado. E então ouvem e recebem com satisfação que a lei não condena, "porque o cristão não está sob o seu jugo, se tão somente disser: Tem misericórdia de mim, ó Deus, por causa do Filho", e será salvo. Esta é a penitência de vida neles. Mas, remove a penitência, ou, o que é a mesma coisa, separa a vida da religião; o que resta a não ser a expressão: "Tem misericórdia de mim"? Assim é que nem poderiam dizer outra coisa senão que a salvação é instantânea por meio daquelas palavras e, se não antes, pelo menos perto da hora da morte. O que é, então, a Palavra para eles senão uma locução obscura e enigmática emitida de uma trípode numa caverna ou uma resposta ininteligível do oráculo de um ídolo? Em suma, se removes a penitência, isto é, se separas da vida a religião, que outra coisa é então o homem senão o mal que brilha do fogo infernal, ou uma serpente de fogo voando na igreja? Pois sem a penitência o homem está no mal, e o mal é o inferno.

[4] Segundo: Que pela fé na salvação instantânea por pura e única misericórdia seja incutida a segurança de vida. A segurança de vida surge ou da fé dos ímpios em que não existe vida após a morte, ou da fé daquele que separa da vida a salvação. Este, ainda que creia na vida eterna, todavia pensa: "Quer eu viva no bem, quer viva no mal, posso ser salvo, porque a salvação é por pura misericórdia, e a misericórdia de Deus é universal, pois não quer a morte de ninguém". E se talvez ocorre o pensamento de que a misericórdia deve ser implorada por palavras da fé recebida, pode pensar que isso ele pode fazer, se não antes, pelo menos antes da morte. Todo homem que está nessa segurança considera como nada os adultérios, as fraudes, as injustiças, as violências, as blasfêmias e as vinganças, mas entrega sua carne e seu espírito a todas elas. Tampouco sabe o que é o mal espiritual e sua concupiscência. Se ouve da Palavra alguma coisa sobre isso, é comparativamente como o que cai no ébano e resvala, ou como o que cai num fosso e é tragado.

[5] Terceiro: Que por essa fé a danação é imputada ao Senhor. Quem não pode concluir que não é o homem, mas o Senhor, o culpado, se o homem não é salvo, quando Ele pode salvar a cada um por pura misericórdia? Se se disser que o meio de salvação é a fé, pergunta-se: "Mas qual é o homem a quem essa fé não pode ser dada?" Porque essa fé é somente o pensamento, que pode ser infundido em todo estado do espírito abstraído das coisas mundanas, até com confiança. E ele também pode dizer: "Não posso tomá-la por mim mesmo". Assim, se ela não é dada e o homem é condenado, que outra coisa o condenado pode pensar senão que a culpa é do Senhor, que pôde e não quis? Não seria isso chamá-Lo de imisericordioso? E, além disso, na inflamação de sua fé, pode dizer: "Como [o Senhor] pode ver tantos condenados no inferno, quando, todavia, pode salvá-los num instante por pura misericórdia?" E muitas coisas semelhantes, que só podem ser chamadas de nefandas acusações ao Divino. Por aí agora se pode ver que a fé numa salvação instantânea por pura misericórdia é uma serpente de fogo voando na igreja.

[6] Desculpai-me por acrescentar estas coisas, para encher a sobra do papel. Alguns espíritos subiram do inferno mediante permissão e me disseram: "Escreveste muitas coisas vindas do Senhor. Escreve também algo vindo de nós". Respondi: "Que escreverei?" Disseram: "Escreve que cada espírito, seja bom, seja mau, está em seu prazer. O bom no seu prazer do bem e o mau no seu prazer do mal". Perguntei: "Qual é o vosso prazer?" Disseram que era o prazer de adulterar, roubar, fraudar e mentir. De novo perguntei: "Como são esses prazeres?" Disseram que são sentidos pelos outros como fedores de excremento, como podridão de cadáveres e como odores de urinas estagnadas. Eu disse: "Essas coisas vos são prazeres?" Disseram que eram prazerosíssimas. Eu disse: "Então sois como as bestas imundas que vivem em tais coisas". Responderam: "Se somos, somos, mas elas são delícias para nossas narinas".

[7] Perguntei: "Que mais escreverei de vós?" Disseram: "Isto, que a cada um é permitido estar no seu prazer, mesmo o mais imundo, como o chamam, contanto que não infeste os espíritos bons e os anjos. Mas como não podemos deixar de infestá-los, somos expulsos e lançados no inferno, onde sofremos coisas medonhas". Eu disse: "Por que infestais os bons?" Responderam que não podiam fazer outra coisa. É como um furor que os invade quando veem algum anjo e sentem a esfera Divina ao redor dele. Então eu disse: "Se é assim, sois também como feras". Ao ouvir isso, sobreveio-lhes um furor que apareceu como o fogo do ódio; e, para que não causassem dano, foram repostos no inferno. Sobre os prazeres sentidos como odores e fedores no mundo espiritual, vê-se acima (n° 303-305, 324).

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Nota do Tradutor

A primeira publicação da obra Divina Providência em língua portuguesa foi feita em 1969, fruto do trabalho de João de Mendonça Lima, que a traduziu da edição francesa do século XIX, por sua vez traduzida do latim por J. F. E. Les Boys des Guays. Com essa primeira edição praticamente esgotada por volta de 2005, tornou-se necessária uma nova edição e desta vez achou-se por bem fazer uma tradução inteiramente nova, diretamente do latim. Para esse fim, foram utilizados como fontes os textos em fac-símile da Editio Princeps, de 1764, e da edição digitalizada constante no programa NewSearch, da General Church of the New Jerusalem. Para consulta e referência, foi inestimável auxílio de duas obras: a própria tradução anterior, do francês, de Mendonça Lima, e a tradução inglesa de Wm. C. Dick e E. J. Pulsford, publicada pela Swedenborg Society, Londres, em 1949. Fica, pois, registrado aqui o nosso grato reconhecimento a esses dedicados tradutores do passado.

Registra-se igualmente nossa gratidão às pessoas que ofereceram espontânea colaboração ao presente trabalho: Roberto de Roure Paes, que fez uma leitura atenta e zelosa do primeiro esboço do texto e a concluiu poucos dias antes de perder a consciência e falecer em boa paz. Que o Senhor o tenha em Sua bem-aventurança. A Lygia C. Figueira Dalcin, revisora prestimosa de outras edições, que também deu seu valioso auxílio ao revisar a primeira parte deste trabalho. A Jorge de Lima Medeiros, que fez uma extensiva revisão gramatical do texto e, também, uma meticulosa comparação com a tradução antiga, de Mendonça Lima. Finalmente, a Cléia M. S. Nobre e Johnny Villanueva, que leram as provas, a Andrew J. Heilman, que também ofereceu sugestões úteis para melhor clareza do texto final, e a Eduardo Beirith, que cuidou da arte final da capa.

A publicação desta obra no Brasil se faz possível graças à generosa doação do Sr. John Pitcairn. A todas essas pessoas, inclusive às que já vivem no mundo espiritual, a gratidão sincera não só deste tradutor, mas de todos os leitores que se beneficiarão dessa valiosa obra em nosso idioma.

C. R. Nobre

2009

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Glossário

Afetar – Aqui usado no sentido de causar ou produzir em efeito em algo ou alguém; inspirar; comover; sensibilizar. Por exemplo: "as coisas que devem ser do amor afetam a vontade do homem" AE 114.

Concordância verbal nos Escritos – vide Singularização

David – Nome do rei de Israel. Quando em itálico, aqui, designa todo o livro dos Salmos, indiferentemente dos seus autores, de acordo com o costume de Swedenborg.

Escortação, escortar, escortatório, etc. - Um termo muitíssimo usado nos Escritos em latim é o verbo 'scortor, aris, ari' e os substantivos 'scortum, i'; 'scortatio, onis'; e 'scortatus, us'. Esses termos são assim traduzidos no dicionário Latim-Português de A. Gomes Ferreira: 'Scortor, aris, ari – (verbo depoente intransitivo) -1. Frequentar os prostíbulos; ser devasso. Scortum, i – 1. Pele, couro; 2. Meretriz; 3. Homem prostituído. Scortatio, onis – não consta. Scortatus, us – (scortor) m. Libertinagem, devassidão". Nos dicionários portugueses adotados na tradução desta obra não consta nenhum termo equivalente, que seria o verbo 'escortar', nem os substantivos 'escortação', 'escortador' etc. A tradução mais lógica seria, portanto, 'praticar devassidão' e 'devasso' etc. No entanto, há mais de um século, isto é, desde as primeiras traduções em língua portuguesa, os termos 'escortar', 'escortação' etc. vêm sendo utilizados, de sorte que seu significado é bem conhecido na terminologia dos Escritos em nosso idioma. É, pois, um termo aceito e compreendido pelos leitores dos Escritos em português, especialmente pelo seu abundante emprego na obra Amor Conjugal. Em razão disso, preservou-se na presente tradução a forma portuguesa do substantivo 'escortação' muito embora não conste nos dicionários. Quanto ao verbo, foi preferida a forma 'cometer escortação' ou 'praticar escortação'. É interesse observar que, embora o vocábulo 'escortação' não conste nos dicionários portugueses, seu equivalente consta, todavia, em vários idiomas, mesmo que na grafia latina, como por exemplo, no holandês: scortatio, significando adultério; no alemão, scortatio, significando fornicação; e no inglês, scortatio, significando obscenidade.

Espada – Há vários termos no original latino para o termo 'espada', a saber: Romphaea, gladium, machaera. Nesta obra, gladium foi traduzida simplesmente como 'espada', mas a ocorrência mais significativa no livro do Apocalipse é a 'romphaea', traduzida como 'espada larga'.

Estender e expandir - Embora pareçam sinônimos, são empregados distintamente no latim, pelo que se manteve a forma, por exemplo "expandir as asas" ao invés de 'estendê-las', mas, especialmente, no contexto de "expandir os céus e estender a terra" (Apocalipse Explicato 274)

Mincha – Oferta de manjares nas Igrejas Israelita e Judaica, feita com flor de farinha e azeite.

Moisés – Nome do líder israelita. Quando em itálico, refere-se aqui aos cinco primeiros livros da Palavra, de acordo com a designação frequente de Swedenborg.

Penitência – A definição do Dicionário Houaiss é: "1. arrependimento ou remorso por erro que se cometeu, esp. por haver ofendido os mandamentos divinos; contrição, metanóia. 2. A pena imposta para expiação desse erro". Nos Escritos de Swedenborg, porém, o termo "penitência" não é o remorso (ou contrição) nem a pena imposta, mas, sim, um processo inteiro, a saber: examinar-se, conhecer e reconhecer os próprios males, vê-los em si e confessar-se culpado por causa deles, suplicar o auxílio do Senhor e, então, começar efetivamente uma vida nova, abstendo-se do mal e praticando os usos de seu dever.

Prazer – vide Sensações ou afeições

Pronomes – Os pronomes pessoais, tanto os retos quanto os demonstrativos e oblíquos, que se referem diretamente ao Senhor são todos grafados em maiúsculas no original latino, forma que é mantida nas traduções para o português.

Proprium – Segundo a definição do dicionário Chadwick, de acordo com a instrução das Doutrinas Celestes: 1 – Uma qualidade peculiar do homem que o distingue... 3 – O ser dos seres humanos considerado como essencialmente mau, o ego.

Sensações ou afeições – Para designar sensações, há muitos mais vocábulos no latim do que podem ser traduzidos no português, coisa que também ocorre com o inglês. Por isso, alguns vocábulos acabam tendo a mesma tradução em nosso idioma. Por exemplo, 'prazer' pode ser a tradução dos termos latinos 'jucunditas', 'beneplacitum' ou 'voluptas', dependendo do contexto. De modo geral, procurou-se manter aqui a seguinte consistência para tradução de termos que designam as sensações: 'jucunditas' = prazer; 'laetitia' = alegria e, depois, prazer; 'gaudium' = regozijo e, depois, alegria; 'delectatio' = deleite e, depois, prazer; 'voluptas' = volúpia e, depois, prazer; 'beneplacitum' = beneplácito, bel-prazer, e, depois, prazer.

Singularização de termos e concordância verbal – Swedenborg emprega muito frequentemente o que aqui chamaremos de singularização de termos, no sentido de que omite a concordância verbal ou aglutina dois sujeitos num só. Por exemplo, ele usa o verbo "proceder" na forma singular na frase: "Pode-se ver de onde procede o bem e vero", em vez de usar a forma plural "procedem"; ou: "O que é o bem e vero", em vez de "o que são...". Assim, parece que os dois, "bem e vero" são referidos como um só objeto, um só sujeito, pelo que o verbo ficou no singular. São duas entidades distintas, mas, talvez, pelo fato de estarem unidas no Senhor, são referidas como uma só, e o verbo fica na pessoa singular ("procede", "é"). O mesmo acontece com o adjetivo "mesmo" que fica no singular, em vez de "mesmos". Por isso, sempre que possível, mantivemos aqui essa forma. No entanto, como se disse acima, isto é coisa frequente, mas não constante. Porque às vezes esses termos que formam casamentos são tratados como dois sujeitos distintos. Vemos exemplos de um e outro casos numa única frase, que se segue (os verbos foram sublinhados): "Quoniam cuivis affectioni est suum jucundum, et inde cogitationi suum amoenum, constare potest, unde est bonum et verum, tum quid bonum et verum in sua essentia sunt". Em português: "Visto que cada afeição tem o seu prazer e, daí, cada pensamento tem o seu deleite, pode-se ver de onde vem o bem e vero, e, também, o que são o bem e vero em sua essência". A fim de diferenciar um caso do outro, procuramos empregar artigos definidos num caso e omitir um deles no outro, isto é, no caso em que "bem" e "vero" estão regidos por um verbo singular (ou qualificados por um adjetivo singular), usamos o artigo só no primeiro termo. Assim: "O que é o bem e vero". E, no caso em que a regência segue a regra gramatical normal, usamos artigos para cada termo. Assim: "O que são o bem e o vero". O mesmo se aplica a outros termos, tais como: "o infinito e o eterno" e "o infinito e eterno" etc.

Urim e Thumim – Também chamada de peitoral do juízo, era parte da veste sacerdotal nas Igrejas Israelita e Judaica; era composto por uma placa quadrada feita de ouro e cravejada com doze pedras preciosas, por cujo brilho o Senhor inspirava respostas às indagações do sacerdote. Os termos vêm do hebraico "luzes e integridades".

Vero do bem – (verum ex bono) A preposição latina 'ex' indica procedência, ou seja, mostra que o vero procede ou nasce do bem, revelando uma derivação, assim como a semente procede do fruto. Portanto, o termo "vero do bem", muitíssimo visto nesta obra, não indica posse, ou seja, não é o vero que pertence ao bem. O mesmo é válido em relação a outros termos, como: 'falso do mal', 'fé da caridade' e outros menos usados.

Vero e verdade – Os dois termos (verum e veritas) coexistem no original. Na maioria das vezes, o latim usa 'verum' e poucas vezes 'veritas, atis', razão pela qual se manteve a distinção na tradução, em vez de se omiti-la e traduzir tudo por 'verdade'. É comum nos Escritos o uso de um adjetivo usado como substantivo: bonum = bem, verum = vero etc.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros