스웨덴보그의 저서에서

 

Divina Providência #0

해당 구절 연구하기

/ 340  
  

Divina Providência, por Emanuel Swedenborg

Sabedoria Angélica sobre a Divina Providência

Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764 por Emanuel Swedenborg

Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia

Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre

Revisão: Jorge de Lima Medeiros

Direitos desta edição reservados a:

Edições das Doutrinas Celestes para a Nova Jerusalém

Brasil, 2010

Sumário

Capítulo 1

A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor (§ 1)

§ 3. (i.) O universo, com todas e cada uma de suas coisas, foi criado pelo Divino Amor por meio da Divina Sabedoria.

§ 4. (ii.) O Divino Amor e a Divina Sabedoria procedem do Senhor como um só.

§ 5. (iii.) Essa unidade está numa espécie de imagem em tudo o que foi criado.

§ 7. (iv.) É da Divina Providência que tudo o que foi criado seja tal unidade, no geral e no particular, e, se não for, que assim se torne.

§ 10. (v.) O bem do amor não é bem além da medida em que estiver unido ao vero da sabedoria, e o vero da sabedoria não é vero além da medida em que estiver unido ao bem do amor.

§ 14. (vi.) O bem do amor não unido ao vero da sabedoria não é o bem em si, mas um bem aparente, e o vero da sabedoria não unido ao bem do amor não é o vero em si, mas um vero aparente.

§ 16. (vii.) O Senhor não consente que algo seja dividido; por isso, deve-se estar ou no bem e ao mesmo tempo no vero, ou no mal e ao mesmo tempo no falso.

§ 19. (viii.) Aquilo que está no bem e ao mesmo tempo no vero é alguma coisa; e aquilo que está no mal e ao mesmo tempo no falso não é coisa alguma.

§ 21. (ix.) A Divina Providência do Senhor faz com que o mal e o falso juntamente sirvam para o equilíbrio, a relação, a purificação e, assim, a conjunção do bem e do vero nos outros.

Capítulo 2

A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano (§ 27)

§ 28. (i.) O céu é a conjunção com o Senhor.

§ 32. (ii.) Pela criação, o homem é tal que pode ser conjunto cada vez mais de perto ao Senhor.

§ 34. (iii.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais sábio se torna.

§ 37. (iv.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais feliz se torna.

§ 42. (v.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais distintamente lhe parece que se pertence, e mais claramente nota que pertence ao Senhor.

Capítulo 3

A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz (§ 46)

§ 48. (i.) Que o Infinito e Eterno em si seja o mesmo que o Divino.

§ 52. (ii.) O Infinito e Eterno em si não pode deixar de visar o infinito [e o eterno] por si nos finitos.

§ 55. (iii.) A Divina Providência, em tudo que faz, visa o infinito e o eterno por si, principalmente salvar o gênero humano.

§ 60. (iv.) A imagem do Infinito e do Eterno existe no céu angélico proveniente do gênero humano salvo.

§ 64. (v.) O íntimo da Divina Providência é visar o infinito e o eterno na formação do céu angélico, que é, diante de Deus, como um único homem que é a Sua Imagem.

Capítulo 4

Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem (§ 70)

1ª . É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão. (§ 71)

§ 73. (i.) O homem tem a razão e o livre, ou a racionalidade e a liberdade, e essas duas faculdades são do Senhor no homem.

§ 74. (ii.) Tudo o que o homem faz pelo livre, seja ou não da razão, contanto que seja segundo a sua razão, lhe parece como seu.

§ 78. (iii.) Tudo o que o homem faz pelo livre segundo seu pensamento é-lhe apropriado como seu, e permanece.

§ 82. (iv.) O homem é reformado e regenerado por meio dessas duas faculdades, e sem elas não pode ser reformado e regenerado.

§ 87. (v.) Por meio dessas duas faculdades o homem pode ser reformado e regenerado tanto quanto puder por elas ser conduzido a reconhecer que todo bem e vero que pensa e faz é procedente do Senhor e não de si mesmo.

§ 92. (vi.) A conjunção do Senhor com o homem e a conjunção recíproca, do homem com o Senhor, se fazem por essas duas faculdades.

§ 96. (vii.) O Senhor, em toda progressão de Sua Divina Providência, preserva intactas e como santas essas duas faculdades no homem.

§ 97. (viii.) Por isso, é da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão.

2ª. É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo; e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo. (§ 100)

§ 103. (i.) Cada homem tem um externo e um interno do pensamento.

§ 106. (ii.) O externo do pensamento do homem é em si tal qual é o seu interno.

§ 111. (iii.) O interno não pode ser purificado das concupiscências do mal enquanto os males no homem externo não forem afastados, porque esses obstruem.

§ 114. (iv.) Os males no homem externo não podem ser afastados pelo Senhor a não ser por intermédio do homem.

§ 118. (v.) Por isso o homem deve remover como por si mesmo os males do homem externo.

§ 119. (vi.) O Senhor então purifica o homem das concupiscências do mal no homem interno e dos males mesmos no externo.

§ 123. (vii.) O contínuo da Divina Providência do Senhor consiste em conjuntar o homem a Si e Ele ao homem, para que possa lhe dar as felicidades da vida eterna, e isso não pode ser feito a não ser na medida que forem afastados os males com suas concupiscências.

3ª. É uma Lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso. (§ 129)

§ 130. (i.) Ninguém é reformado por meio de milagres e sinais, porque eles constrangem.

§ 134. (ii.) Ninguém é reformado por meio de visões e por conversas com os com os mortos, porque elas constrangem.

§ 136. (iii.) Ninguém é reformado por meio de ameaças e castigos, porque eles constrangem.

§ 138. (iv.) Ninguém é reformado em estados de não racionalidade e de não liberdade.

§ 145. (v.) Não é contra a racionalidade e a liberdade constranger-se a si mesmo.

§ 150. (vi.) O homem externo deve ser reformado por meio do interno e não o contrário.

4ª. É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo. (§ 154)

§ 155. (i.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor.

§ 162. (ii.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor por meio do céu angélico e a partir desse céu.

§ 165. (iii.) O homem é conduzido pelo influxo e ensinado pela iluminação.

§ 171. (iv.) O homem é ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, assim, imediatamente pelo Senhor, somente.

§ 174. (v.) O homem é conduzido e ensinado pelo Senhor, nos externos, em toda aparência de como por si mesmo.

5ª. É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça. (§ 175)

§ 176. (i.) Se o homem percebesse e sentisse a operação da Divina Providência não agiria pelo livre segundo a razão nem coisa lhe pareceria como vinda de si. Seria do mesmo modo se ele previsse os eventos.

§ 180. (ii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, interferiria na ordem e no curso de sua progressão, e os perverteria e destruiria.

§ 182. (iii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, ou negaria a Deus ou far-se-ia um deus.

§ 187. (iv.) É concedido ao homem ver a Divina Providência por trás e não pela face; também, num estado espiritual e não num estado natural.

Capítulo 5

A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal (§ 191)

§ 193. (i.) Todos os pensamentos do homem são provenientes das afeições do amor de sua vida e sem nelas não há nem pode haver pensamentos.

§ 197. (ii.) As afeições do amor da vida do homem são conhecidas pelo Senhor, somente.

§ 200. (iii.) As afeições do amor da vida do homem são conduzidas pelo Senhor por meio de Sua Divina Providência e, ao mesmo tempo, também os pensamentos de que vem a prudência humana.

§ 201. (iv.) O Senhor, por Sua Divina Providência, compõe as afeições [de todo o gênero humano] em uma forma, que é a forma humana.

§ 204. (v.) O céu e o inferno estão nessa forma.

§ 205. (vi.) Os que reconheceram somente a natureza e somente a prudência humana constituem o inferno; e os que reconheceram Deus e Sua Divina Providência constituem o céu.

§ 210. (vii.) Todas essas coisas não podem ter lugar a menos que pareça ao homem que é por si mesmo que ele pensa e dispõe.

Capítulo 6

A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas (§ 214)

§ 215. (i.) As coisas temporais se referem às dignidades e às riquezas, assim, às honras e ao ganho no mundo.

§ 216. (ii.) As eternas se referem à honras e riquezas espirituais, que são do amor e da sabedoria no céu.

§ 218. (iii.) As temporais e as eternas são separadas pelo homens, mas conjuntas pelo Senhor.

§ 220. (iv.) A conjunção das temporais e das eternas é da Divina Providência do Senhor.

Capítulo 7

O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida (§ 221)

§ 222. (i.) O homem pode ser introduzido na sabedoria das coisas espirituais e também no amor por elas e, todavia, não ser reformado.

§ 226. (ii.) Se o homem em seguida se afasta deles e vai em sentido contrário profana as coisas santas.

§ 229. (iii.) Há muitos gêneros de profanação, mas esse gênero é o pior de todos.

§ 232. (iv.) Por isso, o Senhor não introduz o homem interiormente nos veros da sabedoria e, ao mesmo tempo, nos bens do amor senão tanto quanto o homem pode neles ser mantido até o fim da vida.

Capítulo 8

As leis da permissão são também leis da Divina Providência

234)

...Algumas coisas que são da permissão e, todavia, segundo as leis da Divina Providência, pelas quais o homem meramente natural se confirma em favor da natureza e contra Deus, e em favor da prudência humana e contra a Divina Providência. Por exemplo, quando lê na Palavra:

§ 241. (i.) Que o mais sábio dos homens, Adão, e a sua esposa se deixaram seduzir pela serpente, e que Deus não evitou isso por Sua Divina Providência.

§ 242. (ii.) Que o primeiro filho deles, Caim, matou seu irmão, Abel, e que Deus não o dissuadiu, falando com ele, mas somente depois do fato o amaldiçoou.

§ 243. (iii.) Que a nação israelita no deserto adorou um bezerro de ouro e o reconheceu como o deus que os tirara da terra do Egito, enquanto Jehovah viu isso de perto, do Monte Sinai, e não o impediu.

§ 244. (iv.) Depois, que David enumerou o povo e, por causa disso, foi enviada uma peste de que tantos milhares de homens pereceram, e Deus, não antes, mas depois do fato, enviou a ele o profeta Gade e este anunciou a pena.

§ 245. (v.) Que tenha sido permitido a Salomão instaurar um culto idolátrico.

§ 246. (vi.) [Que tenha sido permitido] a muitos reis depois de Salomão profanarem o templo e as coisas santas da igreja.

§ 247. (vi.) E, finalmente, que àquela mesma nação fosse permitido crucificar o Senhor.

§ 249. (i.) Todo adorador de si mesmo e adorador da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê no mundo tantos ímpios e as tantas impiedades deles, e ao mesmo tempo as glórias que alguns deles daí têm, sem que Deus lhes inflija punição alguma por causa disso. E ainda mais se confirma contra a Divina Providência quando vê que são bem sucedidas as maquinações, as astúcias e os dolos, até contra os piedosos, justos e sinceros, e que a injustiça triunfa sobre a justiça nos julgamentos e nos negócios.

§ 250. (ii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê ímpios serem elevados às honrarias e se tornarem grandes e primazes, e também abundarem em riquezas e viverem no luxo e na magnificência, enquanto os adoradores de Deus vivem no desprezo e na pobreza.

§ 251. (iii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa que as guerras são permitidas e que então tantos homens são mortos e suas riquezas arruinadas.

§ 252. (iv.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa, segundo sua percepção, que as vitórias estão do lado da prudência e nem sempre do lado da justiça, e que pouco importa se o comandante é probo ou sem probidade.

§ 254. (i.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê as religiões das diversas nações e considera que existem os que desconhecem Deus completamente e existem os que adoram o sol e a lua, bem como ídolos e imagens de escultura.

§ 255. (ii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião maometana foi aceita por tantos impérios e reinos.

§ 256. (iii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião cristã está somente numa pequena parte do mundo habitável, que se chama Europa, e que aí está dividida.

§ 257. (iv.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que em muitos reinos, onde a religião cristã foi aceita, há os que se arrogam poder Divino e querem ser adorados como deuses, e pelo fato de se invocarem homem mortos.

§ 258. (v.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que, entre os que professam a religião cristã, há os que põem a salvação em algumas palavras que pensam e pronunciam, e não em algum bem que fazem.

§ 259. (vi.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de terem existido e ainda existirem no mundo cristão tantas heresias, como a dos quakers, dos moravianos, dos anabatistas e muitas outras.

§ 260. (vii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de o judaísmo ainda persistir.

§ 262. (i.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que todo o mundo cristão adora ao Deus uno sob três Pessoas, isto é, três Deuses, e por ter-se ignorado até aqui que Deus é Um em Essência e Pessoa, na qual está a Trindade, e que esse Deus é o Senhor.

§ 264. (ii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que em cada uma das coisas da Palavra existe um sentido espiritual e que a santidade da Palavra venha daí.

§ 265. (iii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que fugir dos males como pecados seja a religião cristã mesma.

§ 274. (iv.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até o presente se ignorou que o homem vive homem após a morte, e por não ter isso sido revelado antes.

Capítulo 9

Os males são permitidos para um fim, que é a salvação (§ 275)

§ 277. (i.) Que todo homem esteja no mal, e que deva ser tirado do mal para que seja reformado.

§ 278. (ii.) Os males não podem ser afastados a menos que apareçam.

§ 279. (iii.) Quanto mais os males são afastados, mais são remidos.

§ 281. (iv.) Assim, que a permissão do mal seja para um fim, que haja salvação.

Capítulo 10

A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

285)

§ 287. (i.) A Divina Providência é universal nas coisas mais singulares, não somente nos bons, mas também nos maus, sem, todavia, estar em seus males.

§ 295. (ii.) Os maus continuamente se lançam nos males, mas o Senhor continuamente os tira dos males.

§ 297. (iii.) Os maus não podem ser tirados inteiramente dos males pelo Senhor e conduzidos ao bem enquanto acreditarem que a própria inteligência é tudo e que a Divina Providência nada é.

§ 299. (iv.) O Senhor governa os infernos pelos opostos, e os maus que estão no mundo Ele governa no inferno quanto aos interiores, mas não quanto aos exteriores.

Capítulo 11

A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro (§ 308)

§ 310. (i.) O que é a própria prudência e o que é a prudência não própria.

§ 312. (ii.) O homem, pela própria prudência, se persuade e se confirma de que todo bem e vero procede de si e está em si, do mesmo modo que todo mal e falso.

§ 317. (iii.) Tudo o que é persuadido e confirmado permanece como o proprium no homem.

§ 320. (iv.) Se o homem cresse, como é a verdade, que todo bem e vero procede do Senhor, e todo mal e falso procede do inferno, não apropriaria a si o bem, fazendo-o meritório, nem apropriaria a si o mal, fazendo-se culpado do mal.

Capítulo 12

Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

322)

§ 323. (i.) O propósito da criação é um céu proveniente do gênero humano.

§ 325. (ii.) Assim, é da Divina providência que cada homem possa ser salvo, e são salvos aqueles que reconhecem Deus e vivem no bem.

§ 327. (iii.) É culpa do homem mesmo, se não é salvo.

§ 329. (iv.) Assim, todos foram predestinados para o céu e ninguém para o inferno.

Capítulo 13

O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo (§ 331-340)

§ 332. (i.) A operação da Divina Providência para salvar o homem começa em seu nascimento, continua até o fim de sua vida e, depois, na eternidade.

§ 335. (ii.) A operação da Divina Providência se faz continuamente por meios da pura misericórdia.

§ 338. (iii.) Não existe salvação instantânea por misericórdia imediata.

§ 340. (iv.) A salvação instantânea por misericórdia imediata é uma serpente de fogo voando na igreja.

Suplemento

§ 340. Adendo a respeito dos prazeres de alguns espíritos infernais.

Índice

I - A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor

II - A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano

III - A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz

IV - Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem

Pippa4, 1 - É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão

4, 2 - É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo, e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo

4, 3 - É uma lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso

4, 4 - É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo

4, 5 - É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça

V - A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal.

VI - A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas

VII - O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida

VIII - As leis da permissão são também leis da Divina Providência

IX - Os males são permitidos para um fim, que é a salvação

X - A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

XI - A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro.

XII - Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

XIII - O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo

/ 340  
  

Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

스웨덴보그의 저서에서

 

Divina Providência #279

해당 구절 연구하기

  
/ 340  
  

279. (iii.) Quanto mais os males são afastados, mais são remidos. Um erro do século é acreditar [primeiro:] que os males são separados do homem, e até expelidos, quando são remidos; [segundo:] que o estado da vida do homem pode ser mudado em um momento, até num estado oposto, e, assim, de mal o homem pode ser transformado em bom e, consequentemente, ser tirado num instante do inferno e transferido ao céu, e isso pela misericórdia imediata do Senhor; [terceiro:] mas os que creem assim e têm essa opinião não sabem coisa alguma do que é o mal e o que é o bem, nem coisa alguma sobre o estado da vida do homem e absolutamente não sabem que as afeições, que pertencem à vontade, são meras mudanças e variações de estado das substâncias puramente orgânicas da mente; [quarto:] que os pensamentos, que são do entendimento, são meras mudanças e variações de suas formas; e que a memória é o estado permanente dessas mudanças. Pelo conhecimento destas e daquelas coisas, pode-se ver claramente que mal nenhum pode ser afastado a não ser sucessivamente, e a remissão de um mal não é a sua remoção. Mas estas coisas foram ditas resumidamente, e, se não forem demonstradas, podem até ser reconhecidas, mas não compreendidas, e o que não é compreendido é como uma roda movida pela mão. Por isso, as coisas ditas acima serão demonstradas uma a uma na ordem em que foram referidas.

[2] Primeiro: Que seja um erro do século crer que os males são separados e até expelidos, quando são remidos. Foi-me dado saber do céu que todo mal em que o homem nasce, e do que ele mesmo realmente se imbui, não é separado do homem, mas afastado, para que não apareça. Antes disso eu estava na crença em que a maioria está no mundo, a saber, que os males, quando são remidos, são expelidos, lavados e limpos, como o são as impurezas da face, pela água. Mas não é a mesma coisa com os males ou pecados. Todos permanecem. E, quando são remidos após a penitência, são transferidos do meio para os lados. Então, o que está no meio, uma vez que está diretamente sob a intuição, aparece na luz como do dia, e o que está nos lados, aparece na sombra e, às vezes, nas trevas da noite. E uma vez que os males não são separados, mas somente afastados, isto é, banidos para os lados, e o homem pode ser transferido do meio para a periferia, também pode ocorrer que ele pode retornar aos seus males, que acreditava terem sido rejeitados. Pois o homem é tal que pode ir de uma afeição a outra e, por vezes, a uma que é oposta e, por conseguinte, de um meio a outro. A afeição do homem faz o meio enquanto ele está nela, pois então está no seu prazer e na sua luz.

[3] Há alguns homens que, por terem vivido no bem, depois da morte são elevados ao céu pelo Senhor, mas que, no entanto, levaram consigo a crença de que são limpos e puros de pecados e, por conseguinte, não estão em falta alguma. Esses são a princípio vestidos de vestes brancas, segundo a sua fé, pois as vestes brancas significam o estado purificado dos males. Mas, em seguida, começam a pensar como no mundo, que estão como que lavados de todo mal e, por isso, a se gloriar de que não são mais pecadores como os outros. Isso dificilmente pode ser separado de uma espécie de soberba da mente e de uma espécie de desprezo pelos outros em relação a si. Por isso, para que sejam removidos de sua crença imaginária, são despedidos do céu e repostos nos seus males, que tinham contraído no mundo, e ao mesmo tempo lhes é mostrado que também estão nos males hereditários, dos quais antes não tinham tido conhecimento. Depois de terem sido assim levados ao reconhecimento de que seus males não foram separados deles, mas somente afastados, e que, assim, são por si mesmos impuros e, mesmo, que nada são a não ser o mal, e que é pelo Senhor que são desviados dos males e mantidos nos bens, e que isso lhes parece como sendo por si mesmos, são de novo elevados ao céu pelo Senhor.

[4] Segundo: Que seja um erro do século crer que o estado da vida do homem possa ser mudado em um momento e, assim, que de mau o homem possa ser transformado em bom; que, por consequência, possa ser tirado do inferno e transferido instantaneamente ao céu, e isso pela imediata misericórdia do Senhor. Nesse erro estão aqueles que separam a caridade da fé e põem a salvação na fé só, pois acham que apenas o fato de se pensar e enunciar palavras que são dessa fé, se isso for feito com certeza e confiança, justifica e salva. Muitos supõem também que isso é instantâneo, se não antes, pelo menos na última hora da vida do homem. Esses não podem deixar de crer que o estado da vida do homem pode ser mudado num momento e que o homem pode ser salvo por misericórdia imediata. Mas, no último parágrafo deste tratado se verá que a misericórdia do Senhor não é imediata, e que o homem não pode num instante ser transformado de mau em bom, nem ser tirado do inferno e transferido ao céu a não ser por contínuas operações da Divina Providência, desde a infância até o fim da vida do homem. Aqui se verá somente que todas as leis da Divina Providência têm por fim a reforma e, assim, a salvação do homem, portanto, sua inversão de estado, que é infernal de nascimento, no oposto, que é celeste. Isso não se pode fazer senão progressivamente, à medida que o homem se desvia do mal e seu prazer e entra no bem e seu prazer.

[5] Terceiro: Aqueles que creem assim não sabem coisa alguma sobre o que é o mal e o que é o bem, pois não sabem que o mal é segundo as concupiscências de agir e pensar contra a ordem Divina, e que o bem é segundo as afeições de agir e pensar segundo a ordem Divina, e que há miríades de concupiscências que entram em cada mal e o compõem e, semelhantemente, miríades de afeições em cada bem. Essas miríades estão numa tal ordem e tal conexão nos interiores do homem que uma não pode ser mudada sem que todas o sejam ao mesmo tempo. Aqueles que não sabem isso creem ou podem ter a opinião de que o mal, que aparece diante deles como único, pode facilmente ser removido e no seu lugar pode ser posto o bem, que também aparece como único. Os que não sabem o que é o mal e o que é o bem não podem deixar de supor que existe a salvação instantânea e a misericórdia imediata. Mas que essas coisas não existam, ver-se-á no último parágrafo neste tratado.

[6] Quarto: Os que creem na salvação instantânea e na misericórdia imediata não sabem que as afeições, que pertencem à vontade, são meras mudanças de estado das substâncias puramente orgânicas da mente; que os pensamentos, que pertencem ao entendimento, são meras mudanças e variações dessas formas; e que a memória é o estado permanente dessas mudanças e variações. Quem não reconhece, quando ouve dizer, que as afeições e os pensamentos não existem senão nas substâncias e suas formas, que são sujeitos? E visto que existem no cérebro, que é cheio de substâncias e formas, são chamadas formas puramente orgânicas. Ninguém que pense racionalmente pode deixar de rir das fantasias de alguns, que supõem que as afeições e os pensamentos não estão nos sujeitos substanciais, mas são sopros modificados pelo calor e pela luz, como imagens que aparecem no ar e no éter, quando, todavia, o pensamento não pode existir separado da forma substancial mais que a visão separada da sua forma, que é o olho, a audição da sua, que é o ouvido, e o paladar da sua, que é a língua. Considera o cérebro e verás substâncias e fibras igualmente inumeráveis, e que nada há ali que não esteja organizado. Que outra confirmação é necessária além desta que é ocular?

[7] Mas, pergunta-se, o que é a afeição e o que é o pensamento? Isto pode ser deduzido de todas e cada uma das coisas que se acham no corpo. Aí existem muitas vísceras, cada uma em sua sede fixa e operando suas funções por meio de mudanças e variações de estado e de forma. Que estejam em suas operações, é notório. O estômago nas suas, os intestinos nas suas, os rins nas suas, o fígado, o pâncreas, o baço nas suas, e o coração e o pulmão nas suas. E todas essas operações só são efetuadas intrinsecamente, e efetuar intrinsecamente é sê-lo por mudanças de estado e de forma. Assim se pode ver que as substâncias puramente orgânicas da mente não são outras operações, com a diferença de que as operações das substâncias orgânicas do corpo são naturais, enquanto as da mente são espirituais, e estas e aquelas fazem um pelas correspondências.

[8] Não se pode mostrar ao olho quais são os estados e as formas das mudanças e variações das substâncias orgânicas da mente, que são as afeições e os pensamentos, mas pode-se ver, entretanto, como num espelho, pelas mudanças e variações de estados do pulmão na fala e no canto, pois há correspondência, uma vez que o som da fala e do canto, como também as articulações do som, que são as palavras da fala e as modulações do canto, fazem-se pelos pulmões; os sons correspondem às afeições, e a fala ao pensamento. São também produzidos pela afeição e pelo pensamento, e isto se faz por meio de mudanças e variações do estado e da forma das substâncias orgânicas no pulmão e, do pulmão, pela traqueia ou artéria áspera na laringe e no glote, em seguida na língua e finalmente nos lábios. As primeiras mudanças e variações de estado e forma do som se fazem no pulmão, as segundas na traqueia e laringe, as terceiras na glote pelas diferentes aberturas de seu orifício, as quartas na língua por suas várias aplicações ao palato e aos dentes, e, as quintas, nos lábios por várias formas. Por aí se pode ver que as meras mudanças e variações de estado das formas orgânicas sucessivamente continuadas produzem os sons e as suas articulações, que pertencem à fala e ao canto. Ora, como o som e a fala não são produzidos de outra parte senão das afeições e dos pensamentos da mente, pois por eles existem e nunca sem eles, é evidente que as afeições da vontade são mudanças e variações de estado das substâncias puramente orgânicas da mente, e os pensamentos do entendimento são mudanças e variações das formas de suas substâncias, do mesmo modo que nas substâncias pulmonares.

[9] Porquanto as afeições e os pensamentos são meras mudanças de estado das formas da mente, segue-se que a memória não é outra coisa senão o estado permanente dessas mudanças. Pois todas as mudanças e variações de estado nas substâncias orgânicas são tais que, uma vez que se tornam habituais, permanecem. Assim, o pulmão está habituado a produzir sons na traqueia e variá-los na glote, articulá-los na língua e modificá-los na boca. E quando essas partes orgânicas foram uma vez habituadas, os sons estão neles e podem ser reproduzidos. Que essas mudanças e variações nas partes orgânicas da mente sejam infinitamente mais perfeitas do que nas partes orgânicas do corpo, vê-se pelo que foi dito no tratado Divino Amor e Divina Sabedoria 199-204, onde se mostrou que todas as perfeições aumentam e sobem com os graus e segundo os graus. Outras coisas sobre este assunto serão vistas adiante (Divino Amor e Divina Sabedoria 319).

  
/ 340  
  

Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros