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Divina Providência #0

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg

Sabedoria Angélica sobre a Divina Providência

Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764 por Emanuel Swedenborg

Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia

Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre

Revisão: Jorge de Lima Medeiros

Direitos desta edição reservados a:

Edições das Doutrinas Celestes para a Nova Jerusalém

Brasil, 2010

Sumário

Capítulo 1

A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor (§ 1)

§ 3. (i.) O universo, com todas e cada uma de suas coisas, foi criado pelo Divino Amor por meio da Divina Sabedoria.

§ 4. (ii.) O Divino Amor e a Divina Sabedoria procedem do Senhor como um só.

§ 5. (iii.) Essa unidade está numa espécie de imagem em tudo o que foi criado.

§ 7. (iv.) É da Divina Providência que tudo o que foi criado seja tal unidade, no geral e no particular, e, se não for, que assim se torne.

§ 10. (v.) O bem do amor não é bem além da medida em que estiver unido ao vero da sabedoria, e o vero da sabedoria não é vero além da medida em que estiver unido ao bem do amor.

§ 14. (vi.) O bem do amor não unido ao vero da sabedoria não é o bem em si, mas um bem aparente, e o vero da sabedoria não unido ao bem do amor não é o vero em si, mas um vero aparente.

§ 16. (vii.) O Senhor não consente que algo seja dividido; por isso, deve-se estar ou no bem e ao mesmo tempo no vero, ou no mal e ao mesmo tempo no falso.

§ 19. (viii.) Aquilo que está no bem e ao mesmo tempo no vero é alguma coisa; e aquilo que está no mal e ao mesmo tempo no falso não é coisa alguma.

§ 21. (ix.) A Divina Providência do Senhor faz com que o mal e o falso juntamente sirvam para o equilíbrio, a relação, a purificação e, assim, a conjunção do bem e do vero nos outros.

Capítulo 2

A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano (§ 27)

§ 28. (i.) O céu é a conjunção com o Senhor.

§ 32. (ii.) Pela criação, o homem é tal que pode ser conjunto cada vez mais de perto ao Senhor.

§ 34. (iii.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais sábio se torna.

§ 37. (iv.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais feliz se torna.

§ 42. (v.) Quanto mais de perto o homem é conjunto ao Senhor, mais distintamente lhe parece que se pertence, e mais claramente nota que pertence ao Senhor.

Capítulo 3

A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz (§ 46)

§ 48. (i.) Que o Infinito e Eterno em si seja o mesmo que o Divino.

§ 52. (ii.) O Infinito e Eterno em si não pode deixar de visar o infinito [e o eterno] por si nos finitos.

§ 55. (iii.) A Divina Providência, em tudo que faz, visa o infinito e o eterno por si, principalmente salvar o gênero humano.

§ 60. (iv.) A imagem do Infinito e do Eterno existe no céu angélico proveniente do gênero humano salvo.

§ 64. (v.) O íntimo da Divina Providência é visar o infinito e o eterno na formação do céu angélico, que é, diante de Deus, como um único homem que é a Sua Imagem.

Capítulo 4

Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem (§ 70)

1ª . É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão. (§ 71)

§ 73. (i.) O homem tem a razão e o livre, ou a racionalidade e a liberdade, e essas duas faculdades são do Senhor no homem.

§ 74. (ii.) Tudo o que o homem faz pelo livre, seja ou não da razão, contanto que seja segundo a sua razão, lhe parece como seu.

§ 78. (iii.) Tudo o que o homem faz pelo livre segundo seu pensamento é-lhe apropriado como seu, e permanece.

§ 82. (iv.) O homem é reformado e regenerado por meio dessas duas faculdades, e sem elas não pode ser reformado e regenerado.

§ 87. (v.) Por meio dessas duas faculdades o homem pode ser reformado e regenerado tanto quanto puder por elas ser conduzido a reconhecer que todo bem e vero que pensa e faz é procedente do Senhor e não de si mesmo.

§ 92. (vi.) A conjunção do Senhor com o homem e a conjunção recíproca, do homem com o Senhor, se fazem por essas duas faculdades.

§ 96. (vii.) O Senhor, em toda progressão de Sua Divina Providência, preserva intactas e como santas essas duas faculdades no homem.

§ 97. (viii.) Por isso, é da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão.

2ª. É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo; e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo. (§ 100)

§ 103. (i.) Cada homem tem um externo e um interno do pensamento.

§ 106. (ii.) O externo do pensamento do homem é em si tal qual é o seu interno.

§ 111. (iii.) O interno não pode ser purificado das concupiscências do mal enquanto os males no homem externo não forem afastados, porque esses obstruem.

§ 114. (iv.) Os males no homem externo não podem ser afastados pelo Senhor a não ser por intermédio do homem.

§ 118. (v.) Por isso o homem deve remover como por si mesmo os males do homem externo.

§ 119. (vi.) O Senhor então purifica o homem das concupiscências do mal no homem interno e dos males mesmos no externo.

§ 123. (vii.) O contínuo da Divina Providência do Senhor consiste em conjuntar o homem a Si e Ele ao homem, para que possa lhe dar as felicidades da vida eterna, e isso não pode ser feito a não ser na medida que forem afastados os males com suas concupiscências.

3ª. É uma Lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso. (§ 129)

§ 130. (i.) Ninguém é reformado por meio de milagres e sinais, porque eles constrangem.

§ 134. (ii.) Ninguém é reformado por meio de visões e por conversas com os com os mortos, porque elas constrangem.

§ 136. (iii.) Ninguém é reformado por meio de ameaças e castigos, porque eles constrangem.

§ 138. (iv.) Ninguém é reformado em estados de não racionalidade e de não liberdade.

§ 145. (v.) Não é contra a racionalidade e a liberdade constranger-se a si mesmo.

§ 150. (vi.) O homem externo deve ser reformado por meio do interno e não o contrário.

4ª. É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo. (§ 154)

§ 155. (i.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor.

§ 162. (ii.) O homem é conduzido e ensinado somente pelo Senhor por meio do céu angélico e a partir desse céu.

§ 165. (iii.) O homem é conduzido pelo influxo e ensinado pela iluminação.

§ 171. (iv.) O homem é ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, assim, imediatamente pelo Senhor, somente.

§ 174. (v.) O homem é conduzido e ensinado pelo Senhor, nos externos, em toda aparência de como por si mesmo.

5ª. É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça. (§ 175)

§ 176. (i.) Se o homem percebesse e sentisse a operação da Divina Providência não agiria pelo livre segundo a razão nem coisa lhe pareceria como vinda de si. Seria do mesmo modo se ele previsse os eventos.

§ 180. (ii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, interferiria na ordem e no curso de sua progressão, e os perverteria e destruiria.

§ 182. (iii.) Se o homem visse manifestamente a Divina Providência, ou negaria a Deus ou far-se-ia um deus.

§ 187. (iv.) É concedido ao homem ver a Divina Providência por trás e não pela face; também, num estado espiritual e não num estado natural.

Capítulo 5

A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal (§ 191)

§ 193. (i.) Todos os pensamentos do homem são provenientes das afeições do amor de sua vida e sem nelas não há nem pode haver pensamentos.

§ 197. (ii.) As afeições do amor da vida do homem são conhecidas pelo Senhor, somente.

§ 200. (iii.) As afeições do amor da vida do homem são conduzidas pelo Senhor por meio de Sua Divina Providência e, ao mesmo tempo, também os pensamentos de que vem a prudência humana.

§ 201. (iv.) O Senhor, por Sua Divina Providência, compõe as afeições [de todo o gênero humano] em uma forma, que é a forma humana.

§ 204. (v.) O céu e o inferno estão nessa forma.

§ 205. (vi.) Os que reconheceram somente a natureza e somente a prudência humana constituem o inferno; e os que reconheceram Deus e Sua Divina Providência constituem o céu.

§ 210. (vii.) Todas essas coisas não podem ter lugar a menos que pareça ao homem que é por si mesmo que ele pensa e dispõe.

Capítulo 6

A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas (§ 214)

§ 215. (i.) As coisas temporais se referem às dignidades e às riquezas, assim, às honras e ao ganho no mundo.

§ 216. (ii.) As eternas se referem à honras e riquezas espirituais, que são do amor e da sabedoria no céu.

§ 218. (iii.) As temporais e as eternas são separadas pelo homens, mas conjuntas pelo Senhor.

§ 220. (iv.) A conjunção das temporais e das eternas é da Divina Providência do Senhor.

Capítulo 7

O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida (§ 221)

§ 222. (i.) O homem pode ser introduzido na sabedoria das coisas espirituais e também no amor por elas e, todavia, não ser reformado.

§ 226. (ii.) Se o homem em seguida se afasta deles e vai em sentido contrário profana as coisas santas.

§ 229. (iii.) Há muitos gêneros de profanação, mas esse gênero é o pior de todos.

§ 232. (iv.) Por isso, o Senhor não introduz o homem interiormente nos veros da sabedoria e, ao mesmo tempo, nos bens do amor senão tanto quanto o homem pode neles ser mantido até o fim da vida.

Capítulo 8

As leis da permissão são também leis da Divina Providência

234)

...Algumas coisas que são da permissão e, todavia, segundo as leis da Divina Providência, pelas quais o homem meramente natural se confirma em favor da natureza e contra Deus, e em favor da prudência humana e contra a Divina Providência. Por exemplo, quando lê na Palavra:

§ 241. (i.) Que o mais sábio dos homens, Adão, e a sua esposa se deixaram seduzir pela serpente, e que Deus não evitou isso por Sua Divina Providência.

§ 242. (ii.) Que o primeiro filho deles, Caim, matou seu irmão, Abel, e que Deus não o dissuadiu, falando com ele, mas somente depois do fato o amaldiçoou.

§ 243. (iii.) Que a nação israelita no deserto adorou um bezerro de ouro e o reconheceu como o deus que os tirara da terra do Egito, enquanto Jehovah viu isso de perto, do Monte Sinai, e não o impediu.

§ 244. (iv.) Depois, que David enumerou o povo e, por causa disso, foi enviada uma peste de que tantos milhares de homens pereceram, e Deus, não antes, mas depois do fato, enviou a ele o profeta Gade e este anunciou a pena.

§ 245. (v.) Que tenha sido permitido a Salomão instaurar um culto idolátrico.

§ 246. (vi.) [Que tenha sido permitido] a muitos reis depois de Salomão profanarem o templo e as coisas santas da igreja.

§ 247. (vi.) E, finalmente, que àquela mesma nação fosse permitido crucificar o Senhor.

§ 249. (i.) Todo adorador de si mesmo e adorador da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê no mundo tantos ímpios e as tantas impiedades deles, e ao mesmo tempo as glórias que alguns deles daí têm, sem que Deus lhes inflija punição alguma por causa disso. E ainda mais se confirma contra a Divina Providência quando vê que são bem sucedidas as maquinações, as astúcias e os dolos, até contra os piedosos, justos e sinceros, e que a injustiça triunfa sobre a justiça nos julgamentos e nos negócios.

§ 250. (ii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando vê ímpios serem elevados às honrarias e se tornarem grandes e primazes, e também abundarem em riquezas e viverem no luxo e na magnificência, enquanto os adoradores de Deus vivem no desprezo e na pobreza.

§ 251. (iii.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa que as guerras são permitidas e que então tantos homens são mortos e suas riquezas arruinadas.

§ 252. (iv.) O adorador de si mesmo e da natureza se confirma contra a Divina Providência quando pensa, segundo sua percepção, que as vitórias estão do lado da prudência e nem sempre do lado da justiça, e que pouco importa se o comandante é probo ou sem probidade.

§ 254. (i.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê as religiões das diversas nações e considera que existem os que desconhecem Deus completamente e existem os que adoram o sol e a lua, bem como ídolos e imagens de escultura.

§ 255. (ii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião maometana foi aceita por tantos impérios e reinos.

§ 256. (iii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência quando vê que a religião cristã está somente numa pequena parte do mundo habitável, que se chama Europa, e que aí está dividida.

§ 257. (iv.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que em muitos reinos, onde a religião cristã foi aceita, há os que se arrogam poder Divino e querem ser adorados como deuses, e pelo fato de se invocarem homem mortos.

§ 258. (v.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de que, entre os que professam a religião cristã, há os que põem a salvação em algumas palavras que pensam e pronunciam, e não em algum bem que fazem.

§ 259. (vi.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de terem existido e ainda existirem no mundo cristão tantas heresias, como a dos quakers, dos moravianos, dos anabatistas e muitas outras.

§ 260. (vii.) O homem meramente natural se confirma contra a Divina Providência pelo fato de o judaísmo ainda persistir.

§ 262. (i.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que todo o mundo cristão adora ao Deus uno sob três Pessoas, isto é, três Deuses, e por ter-se ignorado até aqui que Deus é Um em Essência e Pessoa, na qual está a Trindade, e que esse Deus é o Senhor.

§ 264. (ii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que em cada uma das coisas da Palavra existe um sentido espiritual e que a santidade da Palavra venha daí.

§ 265. (iii.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até aqui se ignorou que fugir dos males como pecados seja a religião cristã mesma.

§ 274. (iv.) Pode-se levantar dúvida contra a Divina Providência pelo fato de que até o presente se ignorou que o homem vive homem após a morte, e por não ter isso sido revelado antes.

Capítulo 9

Os males são permitidos para um fim, que é a salvação (§ 275)

§ 277. (i.) Que todo homem esteja no mal, e que deva ser tirado do mal para que seja reformado.

§ 278. (ii.) Os males não podem ser afastados a menos que apareçam.

§ 279. (iii.) Quanto mais os males são afastados, mais são remidos.

§ 281. (iv.) Assim, que a permissão do mal seja para um fim, que haja salvação.

Capítulo 10

A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

285)

§ 287. (i.) A Divina Providência é universal nas coisas mais singulares, não somente nos bons, mas também nos maus, sem, todavia, estar em seus males.

§ 295. (ii.) Os maus continuamente se lançam nos males, mas o Senhor continuamente os tira dos males.

§ 297. (iii.) Os maus não podem ser tirados inteiramente dos males pelo Senhor e conduzidos ao bem enquanto acreditarem que a própria inteligência é tudo e que a Divina Providência nada é.

§ 299. (iv.) O Senhor governa os infernos pelos opostos, e os maus que estão no mundo Ele governa no inferno quanto aos interiores, mas não quanto aos exteriores.

Capítulo 11

A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro (§ 308)

§ 310. (i.) O que é a própria prudência e o que é a prudência não própria.

§ 312. (ii.) O homem, pela própria prudência, se persuade e se confirma de que todo bem e vero procede de si e está em si, do mesmo modo que todo mal e falso.

§ 317. (iii.) Tudo o que é persuadido e confirmado permanece como o proprium no homem.

§ 320. (iv.) Se o homem cresse, como é a verdade, que todo bem e vero procede do Senhor, e todo mal e falso procede do inferno, não apropriaria a si o bem, fazendo-o meritório, nem apropriaria a si o mal, fazendo-se culpado do mal.

Capítulo 12

Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

322)

§ 323. (i.) O propósito da criação é um céu proveniente do gênero humano.

§ 325. (ii.) Assim, é da Divina providência que cada homem possa ser salvo, e são salvos aqueles que reconhecem Deus e vivem no bem.

§ 327. (iii.) É culpa do homem mesmo, se não é salvo.

§ 329. (iv.) Assim, todos foram predestinados para o céu e ninguém para o inferno.

Capítulo 13

O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo (§ 331-340)

§ 332. (i.) A operação da Divina Providência para salvar o homem começa em seu nascimento, continua até o fim de sua vida e, depois, na eternidade.

§ 335. (ii.) A operação da Divina Providência se faz continuamente por meios da pura misericórdia.

§ 338. (iii.) Não existe salvação instantânea por misericórdia imediata.

§ 340. (iv.) A salvação instantânea por misericórdia imediata é uma serpente de fogo voando na igreja.

Suplemento

§ 340. Adendo a respeito dos prazeres de alguns espíritos infernais.

Índice

I - A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor

II - A Providência do Senhor tem por fim um céu proveniente do gênero humano

III - A Divina Providência do Senhor visa o infinito e o eterno em tudo que faz

IV - Há leis da Divina Providência que são desconhecidas do homem

Pippa4, 1 - É uma Lei da Divina Providência que o homem aja pelo livre segundo a razão

4, 2 - É uma Lei da Divina Providência que o homem remova como por si mesmo os males como pecados no homem externo, e assim, e não de outro modo, o Senhor pode remover os males no homem interno e então, ao mesmo tempo, no externo

4, 3 - É uma lei da Divina Providência que homem não seja constrangido por meios externos a pensar e a querer, assim, a crer nas coisas que são da religião e a amá-las, mas que o homem a si mesmo se persuada e, às vezes, se constranja a isso

4, 4 - É uma lei da Divina Providência que o homem seja conduzido e ensinado por meio da Palavra, da doutrina e das pregações da Palavra, e isso em toda a aparência como por si mesmo

4, 5 - É uma lei da Divina Providência que o homem não perceba e não sinta coisa alguma da operação da Divina Providência, mas que não obstante a conheça e reconheça

V - A prudência própria é nula, somente parece existir e também deve parecer que existe; mas a Divina Providência pelos muito singulares é universal.

VI - A Divina Providência visa as coisas eternas e não as temporais, a não ser tanto quanto concordem com as eternas

VII - O homem não é introduzido interiormente nos veros da fé e nos bens da caridade senão tanto quanto pode neles ser mantido até o fim da vida

VIII - As leis da permissão são também leis da Divina Providência

IX - Os males são permitidos para um fim, que é a salvação

X - A Divina Providência está igualmente nos maus e nos bons

XI - A Divina Providência não apropria o mal nem o bem a pessoa alguma, mas a própria prudência apropria um e outro.

XII - Todo homem pode ser reformado, e não existe predestinação

XIII - O Senhor não pode agir contra as leis da Divina Providência, porque agir contra elas seria agir contra Seu Divino Amor e contra Sua Divina Sabedoria, portanto, contra Si mesmo

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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #111

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111. (iii.) Que o interno não possa ser purificado das concupiscências do mal enquanto os males no homem externo não forem afastados, porque esses obstruem, segue-se do que se disse acima, a saber, que o externo do pensamento do homem é em si tal qual é o interno de seu pensamento. E esses são coerentes como algo que não só está dentro do outro, mas também vem do outro. Por isso um não pode ser separado a menos que o outro o seja ao mesmo tempo. Assim é com todo externo que vem do interno, e com todo posterior que vem do anterior, e com todo efeito que vem da causa.

[2] Ora, visto que as concupiscências unidas às astúcias fazem o interno do pensamento nos maus, e os prazeres das concupiscências unidos às maquinações fazem neles o externo do pensamento, e estas coisas são conjuntas àquelas, segue-se que o interno não pode ser purificado das concupiscências enquanto os males não forem afastados no homem externo. Cumpre saber que é a vontade interna do homem que está nas concupiscências, e que é o seu entendimento interno que está nas astúcias, enquanto a vontade externa está nos prazeres das concupiscências e o entendimento externo está nas maquinações das astúcias. Qualquer um pode ver que as concupiscências e os seus prazeres fazem um, tanto quanto fazem um as astúcias e as maquinações, e esses quatro estão em uma única série e fazem juntos como um só feixe. Por aí se vê, novamente, que o interno, que consiste de concupiscências, não pode ser rejeitado a não ser pela remoção dos externos, que consiste de males. As concupiscências, por seus prazeres, produzem males, mas quando os males são considerados como lícitos, o que acontece por um consentimento entre a vontade e o pensamento, então os prazeres e os males fazem um só. Sabe-se que o consentimento é o fato. É isto também o que o Senhor disse:

"Se alguém olhar para a mulher de outro a ponto de cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mateus 5:28).

Ocorre semelhantemente com os outros males.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #296

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296. Assim, para que a Divina Providência com os maus seja claramente percebida e, por conseguinte, compreendida, as proposições acima devem ser explicadas na série em que foram referidas. Primeiro: Há coisas inumeráveis em cada mal. Cada um dos males se apresenta diante do homem como uma coisa simples. Assim se apresentam o ódio e a vingança, o furto e a fraude, o adultério e a escortação, a soberba e a altivez da mente, além de outros, e não se sabe que em cada mal há coisas inumeráveis, em maior número do que no homem há fibras e vasos, pois o homem mau é um inferno na mínima forma e o inferno consiste de miríades de miríades, e cada um ali é, em forma, como um homem, embora monstruoso, e todas as fibras e todos os vasos nele estão invertidos. O espírito mesmo é um mal que aparece a si mesmo como se fosse um só, mas as coisas nele são tão inumeráveis quanto as concupiscências de seu mal. Com efeito, cada homem é seu mal ou seu bem, da cabeça à planta dos pés. Como, pois, o homem mau é assim, é evidente que ele é um único mal composto de várias coisas inumeráveis, que são distintamente más e chamadas concupiscências do mal. Daí se segue que todas essas coisas, na ordem em que estão, são reparadas e convertidas pelo Senhor para que o homem possa ser reformado, e isso não pode ser feito senão gradativamente pela Divina Providência do Senhor, desde a primeira idade do homem até à sua última.

[2] Toda concupiscência do mal aparece no inferno, quando é representada, como um animal nocivo, seja como um dragão, como um basilisco, como uma víbora, como um mocho, como uma coruja e assim por diante. Aparecem do mesmo modo as concupiscências do mal num homem mau, quando ele é visto pelos anjos. Todas essas formas de concupiscências devem ser convertidas uma a uma. O homem mesmo que, quanto ao espírito, aparece como um monstro ou um diabo, deve ser convertido para que seja como um anjo belo, e cada concupiscência do mal deve ser convertida para que apareça como um cordeiro ou uma ovelha, ou uma pomba ou uma rolinha, do mesmo modo que as afeições do bem dos anjos do céu aparecem, quando são representadas. E converter um dragão num cordeiro, um basilisco numa ovelha, um mocho numa pomba, não pode ser feito senão gradativamente, erradicando-se o mal de sua semente e implantando-se no seu lugar a boa semente. Mas isso não pode ser feito de outra maneira senão como se faz com um enxerto das árvores, das quais permanecem as raízes com alguma coisa do tronco, mas sempre o ramo enxertado transforma a seiva, extraída por meio da antiga raiz, seiva essa que produz bons frutos. Esse ramo enxertado não pode ser tomado de outra parte senão do Senhor, que é a Árvore da vida, o que é também segundo as palavras do Senhor em João 15:1-7.

[3] Segundo. O mau por si mesmo se lança em seus males continuamente mais profundos. Diz-se "por si mesmo" porque todo mal vem do homem, pois ele muda em mal todo bem que vem do Senhor, como acima se disse. A causa mesma de o mau se lançar mais profundamente no mal é que ele se introduz em sociedades infernais cada vez mais interiores e também cada vez mais profundas, à medida que quer e faz o mal. Assim aumenta também o prazer do mal, e este ocupa tanto seus pensamentos que finalmente ele nada sente de mais doce. E quem se introduz interior e profundamente nas sociedades infernais torna-se como que amarrado com correntes, mas, enquanto vive no mundo, não sente essas correntes senão como se fossem feitas de lã macia ou de leves fios de seda, que ele ama porque dão agradável prazer. Após a morte, porém, essas correntes, de macias se tornam duras e de agradáveis se tornam contundentes.

[4] Que o prazer do mal aumente, isso é notório pelos furtos, latrocínios, saques, vinganças, dominações, lucros e outras coisas. Quem é que não sente elevações do prazer nessas coisas conforme obtém sucesso e conforme seu exercício não é inibido? É notório que o ladrão sente tanto prazer nos furtos que não pode desistir deles; e – o que é de se admirar – ama mais uma moeda roubada do que dez moedas dadas gratuitamente. Dar-se-ia semelhantemente com os adultérios, se não tivesse sido provido que esse mal diminuísse em potência segundo o abuso; mas sempre permanece em muitos o prazer de pensar e de falar tais coisas e, se não mais, pelo menos o libido do tato.

[5] Mas ignora-se que isso vem do fato de a pessoa se introduzir nas sociedades infernais cada vez mais interiormente e cada vez mais profundamente à medida que comete os males pela vontade e ao mesmo tempo pelo pensamento. Se os males estiverem somente no pensamento e não na vontade, ele não está ainda com o mal numa sociedade infernal, mas entra ali quando os males estão também na vontade. Se, então, pensa que esse mal é contra os preceitos do decálogo, os quais tem como Divinos, então os comete por propósito e, por isso, mergulha profundamente, de onde não pode ser tirado senão por uma penitência efetiva.

[6] Cumpre saber que todo homem, quanto a seu espírito, está no mundo espiritual, em alguma sociedade ali; o homem mau numa sociedade infernal e o homem bom numa sociedade celeste, onde até aparece, às vezes, quando está em elevada meditação. Além disso, assim como o som com a linguagem se espalha no ar no mundo natural, também a afeição com o pensamento se espalha nas sociedades no mundo espiritual. Existe até uma correspondência, pois a afeição corresponde ao som e o pensamento, à linguagem.

[7] Terceiro: A Divina Providência com os maus é uma contínua permissão, a fim de que sejam continuamente retirados do mal. Que a Divina Providência nos maus seja uma contínua permissão é porque da vida deles não pode provir outra coisa senão o mal. Pois o homem está ou no bem ou no mal; não pode estar em um e outro ao mesmo tempo, nem por alternações, a não ser que seja morno; e não é pelo Senhor, mas é pelo homem que o mal da vida é induzido na vontade e, por esta, no pensamento. E isto se chama permissão.

[8] Ora, visto que todas as coisas que o homem mau quer e pensa são permissões, pergunta-se o que é, então, a Divina Providência aí, que se diz estar nos mais singulares de cada homem, tanto o mau quanto o bom. Mas ela consiste nisto, que permite continuamente para um fim, e as coisas que permite são tais as que pertencem ao fim e não outras. E continuamente examina, separa e purifica os males que saem da permissão, e as coisas inconvenientes expele e expulsa por vias desconhecidas. Essas operações ocorrem principalmente na vontade interior do homem e, por esta, em seu pensamento interior. A Divina Providência é contínua também no fato de prover que as coisas que devem ser expelidas e expulsas não sejam recebidas de volta pela vontade, porquanto todas as coisas recebidas pela vontade são apropriadas ao homem, e as que são recebidas pelo pensamento e não pela vontade são separadas e banidas. Esta é a contínua Providência do Senhor nos maus, a qual é, como foi dito, uma contínua permissão a fim de que haja uma perpétua retirada dos males.

[9] Sobre isso o homem dificilmente conhece alguma coisa, pois nada percebe. A razão principal de não perceber é porque os males pertencem às concupiscências do amor de sua vida, e esses males não são sentidos como males, mas como prazeres, aos quais ninguém presta atenção. Quem presta atenção aos prazeres de seu amor? Neles seu pensamento nada como uma barca que é levada na correnteza do rio, e são percebidos como uma atmosfera de cheiro perfumado que é inalada à plena aspiração. Pode somente sentir alguma coisa deles no seu pensamento externo, mas tampouco aí lhes presta atenção, a não ser que saiba bem que são males. Mas, a este respeito, muitas coisas se dirão na sequência.

[10] Quarto: A retirada dos males pelo Senhor se faz por mil modos, mesmo os mais secretos. Dentre eles, somente alguns me foram revelados, mas apenas os mais comuns, que são: os prazeres das concupiscências, de que o homem nada sabe, são lançados em grupos e feixes nos pensamentos interiores, que pertencem ao espírito do homem e, daí, nos seus pensamentos exteriores, nos quais se apresentam sob um certo sentido de volúpia, de agrado ou de desejo, misturado com seus prazeres naturais e sensuais. Ali há meios de separação e de purificação, como também vias de retirada e expulsão. Os meios são principalmente os prazeres da meditação, do pensamento, da reflexão por causa de alguns fins, que são dos usos; e os fins que são dos usos são tantos quanto as coisas particulares e singulares dos negócios e das funções de alguém. Depois, também, são tantos quanto são os prazeres da reflexão para o fim de se apresentar como homem civil e moral e, também, como homem espiritual, além dos desprazeres que se interpõem. Esses prazeres, como são de seu amor no homem externo, são meios de separação, de purificação, de eliminação e de retirada dos prazeres das concupiscências do mal do homem interno.

[11] Seja, por exemplo, um juiz injusto, que visa os lucros ou as amizades como fins ou como usos de sua função: interiormente ele está sem cessar nesses fins, mas exteriormente visa agir como jurisconsulto e justo. Ele está continuamente no prazer da meditação, do pensamento, da reflexão e da intenção, para torcer o direito, mudá-lo, adaptá-lo e acomodá-lo até que pareça conforme a lei e análogo à justiça. Não sabe que seu prazer interno consiste em astúcias, fraudes, dolo, furtos clandestinos e muitos outros, e que esse prazer, composto de tantos prazeres das concupiscências do mal, domina em todas e cada uma das coisas externas do pensamento, no qual estão os prazeres da aparência de que é justo e sincero. Nesses prazeres externos caem os prazeres internos, e são misturados como a comida no estômago. Ali são separados, purificados e extraídos, mas somente os prazeres das concupiscências do mal que são mais graves.

[12] Mas no homem mau não existe outra separação, purificação e extração a não ser dos males mais graves e dos menos graves, enquanto no homem bom existe separação, purificação e extração dos males, não somente dos mais graves mas também dos menos graves. E isto se faz pelos prazeres das afeições do bem e do vero, como também do justo e do sincero, nos quais entra tanto quanto os males são considerados como pecados e, por isso, foge deles e lhes tem aversão, e ainda mais quando luta contra eles. Estes são os meios pelos quais o Senhor purifica todos os que são salvos. Purifica-os também, por meios externos, que pertencem à reputação, à honra e, às vezes, ao ganho, mas estes são inseridos pelo Senhor nos prazeres das afeições do bem e do vero, pelos quais são dirigidos e acomodados para que se tornem prazeres do amor ao próximo.

[13] Se alguém visse os prazeres das concupiscências do mal juntos em alguma forma, ou se os percebesse distintamente por algum sentido, veria e perceberia que são em tal número que não podem ser definidos, pois todo o inferno não é senão uma forma das concupiscências do mal, e ali nenhuma concupiscência do mal é inteiramente semelhante à outra ou a mesma, nem pode existir uma inteiramente semelhante ou mesma que outra na eternidade. E dessas coisas inumeráveis o homem dificilmente conhece alguma, ainda menos que elas sejam tão ligadas. E, todavia, o Senhor, por Sua Divina Providência, permite continuamente que elas saiam, a fim de serem extraídas, o que acontece em toda ordem e série. O homem mau é um inferno na menor forma, assim como o homem bom é um céu na menor forma.

[14] Que a retirada dos males se faça pelo Senhor por mil modos, mesmo os mais secretos, não se pode ver e, assim, concluir melhor do que pelos arcanos sobre as operações da alma no corpo. Dentre as que o homem conhece estão estas: ele vê o alimento que vai comer, percebe o cheiro, apetece-o, saboreia-o, mastiga-o com os dentes e pela língua o faz descer ao estômago. Mas as operações secretas da alma de que o homem nada conhece, porque não as sente, são estas: o estômago rola o alimento recebido, por meio de líquidos os abre e separa, isto é, digere-o, e conduz as partes convenientes a pequenas bocas ali abertas e às veias que elas embebem; envia algumas dessas partes ao sangue, algumas aos vasos linfáticos, algumas aos vasos lácteos ou mesentéricos e algumas aos intestinos. Depois, o quilo, retirado de sua cavidade ou mesentério pelo duto torácico, é levado à veia cava e, assim, ao coração, do coração ao pulmão e, dali, pelo ventrículo esquerdo do coração, à aorta e desta, pelas ramificações, às vísceras de todo o corpo e também aos rins, onde, em cada um deles, faz-se a separação, a purificação e retirada dos heterogêneos. Sem falar de que maneira o coração envia ao cérebro o seu sangue que foi purificado no pulmão, o que se faz pelas artérias que se chamam carótidas, e de que maneira o cérebro reenvia o sangue vivificado à veia cava mencionada acima, onde o duto torácico conduz o quilo e, assim, de novo ao coração.

[15] Estas, além de outras inumeráveis, são as operações secretas da alma no corpo. Delas o homem nada sente, e quem não é conhecedor da ciência da anatomia nada sabe. E, todavia, operações semelhantes ocorrem nos interiores da mente do homem, pois nada pode ser feito no corpo se não for daí. Com efeito, a mente do homem é seu espírito, e o espírito é igualmente homem, com a única diferença de que as coisas que se fazem no corpo, fazem-se naturalmente, e as que se fazem na mente, espiritualmente. Há uma perfeita semelhança. Por aí se vê que a Divina Providência opera em cada homem por mil modos, mesmo os mais secretos, e, assim, é contínua no propósito de purificá-lo, porque está no propósito de salvá-lo. O homem não tem de se incumbir de outra coisa senão remover os males no homem externo. As demais o Senhor provê, se a Ele se implorar.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros