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Divina Providência #1

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I - A Divina Providência é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor

1. Para que se entenda o que é a Divina Providência e que ela é o governo do Divino Amor e da Divina Sabedoria do Senhor, importa saber o que anteriormente foi dito e mostrado a este respeito no tratado Divino Amor e Divina Sabedoria , que é o seguinte: no Senhor, o Divino Amor pertence à Divina Sabedoria e a Divina Sabedoria ao Divino Amor (n° 34-39); o Divino Amor e a Divina Sabedoria não podem deixar de estar e existir nos outros criados por eles (n° 47-51); todas as coisas do universo foram criadas pelo Divino Amor e pela Divina Sabedoria (n° 52, 53, 151-156); todas as coisas do universo são receptáculos do Divino Amor e da Divina Sabedoria (n° 55-60); o Senhor aparece como Sol perante os anjos; o calor daí procedente é o amor e a luz daí procedente é a sabedoria (n° 83-88, 89-92, 93-98, 296-301); o Divino Amor e a Divina Sabedoria, que procedem do Senhor, fazem um (n° 99-102); o Senhor de eternidade, que é JEHOVAH, criou de Si, e não do nada, o universo e todas as suas coisas (n° 282-284, 290-295). Estes são os pontos vistos no tratado que se chama Sabedoria Angélica sobre o Divino Amor e a Divina Sabedoria.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #83

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83. A razão por que ninguém pode vir ao reino de Deus se não nascer de novo é porque o homem, pelo hereditário dos pais, nasce em todos os gêneros de males, com a faculdade de poder tornar-se espiritual pela remoção desses males, e se não se tornar espiritual não pode vir ao céu. Renascer ou ser regenerado é de natural tornar-se espiritual. Mas para que se saiba de que maneira o homem é regenerado, essas três coisas devem ser consideradas: qual é o seu primeiro estado, que é o estado de condenação; qual é o seu segundo estado, que é o estado de reforma; e qual é o seu terceiro estado, que é o estado de regeneração.

[2] O primeiro estado do homem, que é o estado de condenação, existe para cada homem pelo hereditário dos pais, pois o homem daí nasce no amor de si e do mundo, e, por estes, como fontes, em males de todo gênero. É pelo prazer desses amores que é conduzido, e os prazeres fazem com que não saiba que está nos males, pois todo prazer do amor só é sentido como um bem. Por isso, também, se não for regenerado, o homem não sabe outra coisa senão que amar a si mesmo e ao mundo sobre todas as coisas é o bem mesmo, e dominar sobre todos os outros e possuir as riquezas dos outros é o bem supremo. Daí também existe todo mal, pois não visa nenhum outro por amor senão a si mesmo; e se visa o outro por amor é como um diabo visa outro diabo e como um ladrão visa outro ladrão quando agem juntos.

[3] Aqueles que confirmam em si esses amores por seus prazeres e pelos males que deles brotam permanecem naturais e se tornam sensuais corpóreos, e, no pensamento, que é de seu espírito, tornam-se insanos. Mas podem, todavia, enquanto estão no mundo, falar e agir racional e sabiamente, pois são homens e têm, por isso, racionalidade e liberdade, mas isso também fazem pelo amor de si e do mundo. Esses, após a morte, quando se tornam espíritos, não podem ter outro prazer senão aquele que tiveram em seu espírito no mundo, e esse prazer é o prazer do amor infernal, que é mudado em um desprazer doloroso e medonho que se entende, na Palavra, pelo tormento e pelo fogo infernal. Por aí é evidente que o primeiro estado do homem é o estado de condenação, e nele se acham aqueles que não se deixam regenerar.

[4] O segundo estado do homem, que é o estado de reforma, existe quando o homem começa a pensar sobre o céu e a alegria dali, portanto, sobre Deus, de Quem existe a alegria do céu. Isso, porém, ele pensa primeiramente pelo prazer do amor de si; a alegria do céu é para ele esse prazer. Mas enquanto o prazer desses amores reina com os prazeres do mal que dali brotam, ele não pode entender outra coisa senão que vir ao céu é fazer preces, ouvir pregações, participar da Santa Ceia, dar aos pobres, socorrer os indigentes, contribuir com os templos, fazer donativos a hospitais e coisas semelhantes. Nesse estado, o homem não sabe outra coisa senão que apenas pensar no que a religião ensina basta para salvar, quer se chame a isso fé, quer se chame fé e caridade. Que ele não entenda outra coisa a não ser que pensar nelas baste para ser salvo é porque não pensa absolutamente sobre os males em cujos prazeres ele está. E enquanto o prazer dos males permanece, também os males permanecem. Os prazeres desses males são provenientes de sua concupiscência, que continuamente os inspira e também os produz, quando não é contida por algum temor.

[5] Enquanto os males nas concupiscências do amor e os prazeres daí permanecerem, não existirá fé alguma, nem caridade, nem piedade, nem culto, senão somente nos externos, que aparecem diante do mundo como sendo alguma coisa, quando, todavia, não o são. Podem ser comparados a águas que emanam de uma fonte impura e que não se podem beber. Enquanto o homem for tal que pensa sobre o céu e sobre Deus pela religião mas não sobre os males como pecados, está ainda no primeiro estado. Mas entra no segundo estado, ou de reforma, quando começa a pensar que o pecado existe e, ainda mais, que isso ou aquilo é um pecado e, de algum modo, examina a si mesmo quanto ao pecado e não o quer mais.

[6] O terceiro estado do homem, que é o estado de regeneração, sucede e continua do estado anterior. Começa quando o homem desiste dos males como pecados, progride como que fugindo deles e é aperfeiçoado nos combates contra eles. Então, conforme vence pelo Senhor, é regenerado. Naquele que é regenerado, a ordem da vida é mudada; de natural torna-se espiritual, pois o natural separado do espiritual é contra a ordem, e o espiritual é segundo a ordem. Por isso o homem regenerado age pela caridade, e o que é de sua fé ele faz com que seja sua caridade. Não pode, porém, tornar-se espiritual além da medida em que está nos veros, pois todo homem é regenerado por meio dos veros e por uma vida segundo eles. Com efeito, regenerado pelos veros ele conhece a vida e pela vida pratica os veros. Assim o bem se conjunta ao vero, que é o casamento espiritual no qual está o céu.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros

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Divina Providência #52

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52. (ii.) O Infinito e Eterno em si não pode deixar de visar o infinito e o eterno por si nos finitos. Pelo Infinito e Eterno em si entende-se o Divino mesmo, como há pouco se mostrou no artigo precedente, e pelos finitos se entendem todas as coisas criadas por Ele, mas principalmente os homens, os espíritos e os anjos. E por visar o infinito e o eterno por si se entende visar o Divino, isto é, Ele neles, como um homem olha a sua imagem num espelho. Que seja assim, mostrou-se muitas vezes no tratado Divino Amor e Divina Sabedoria, especialmente onde se demonstrou que no universo criado há a imagem do homem e há a imagem do Infinito e Eterno (Divino Amor e Divina Sabedoria 317, 318), assim, a imagem do Deus Criador, isto é, do Senhor de eternidade. Cumpre saber, porém, que o Divino em Si está no Senhor, mas o Divino por Si é o Divino procedente do Senhor nas coisas criadas.

  
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Divina Providência, por Emanuel Swedenborg. Publicado em latim em Amsterdã no ano de 1764. Do latim Sapientia Angelica de Divina Providentia. Tradução: Cristóvão Rabelo Nobre, Revisão: Jorge de Lima Medeiros